Caso Stefhani Brito: julgamento de acusado de feminicídio acontece nesta terça-feira

Blog do  Amaury Alencar
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 Morte de Stefhani completou um ano no dia 1º de janeiro de 2019.  (foto: reprodução)

Morte de Stefhani completou um ano no dia 1º de janeiro de 2019. (foto: reprodução)


O julgamento de Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, acusado do feminicídio que vitimou Stefhani Brito, no dia 1º de janeiro de 2018, acontece nesta terça-feira, 7. O crime foi de grande repercussão no Ceará em razão da violência sofrida por Stefani, que na época tinha 22 anos. Após o fim do relacionamento, que foi repleto de agressões e torturas, Alberto teria chamado a jovem para uma conversa e a espancou até a morte. Ele transitou com a vítima, possivelmente morta, em uma moto e a abandonou às margens da lagoa da Libânia, no Mondubim, Fortaleza. A Polícia apreendeu um pedaço de madeira maciça usada nas agressões. O laudo da vítima apresentava diversas lesões.

Alberto será julgado pelo 1º Tribunal Popular do Júri de Fortaleza pelo feminicídio qualificado. Ele chegou a integrar a lista dos mais procurados da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e foi preso um ano após o crime, no Pará, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa.

De acordo com relatos de familiares, antes de terminar o relacionamento, Stefhani era vítima de agressões constantes, não podia sair de casa ou usar roupas curtas. Para que ela escondesse o corpo, o agressor chegava a queimá-la com cigarros e colher quente. Os familiares afirmam ainda que ela não podia ter aparelho celular, frequentar a casa de amigos ou familiares. Teriam sido cinco anos da vítima sofrendo tortura do próprio companheiro.

A mãe de Stefhani, dona Rose Brito, afirma que a filha conheceu Alberto quando estava no terceiro ano do ensino médio e largou os estudos. Ela sonhava em ser aeromoça. Nas vezes que quis terminar o relacionamento, ela chegou a viajar para o Interior do Ceará e morar também na casa da mãe e da avó.


Dia do Crime

 

No dia do crime, Stefhani havia ido à praia, em Fortaleza, e à noite Alberto teria a chamado para uma conversa. Ela teria entrado em contato com familiares, já ao lado do acusado, pedindo fotografias do Natal e do Ano Novo. Depois disso, Stefhani entrou em contato novamente com a família, com a voz abafada de choro, pedindo todas as fotos. Os parentes então buscaram a família do Alberto e, em seguida, receberam uma informação de que ele havia agredido a vítima e a deixado nas proximidades do Sítio Córrego. Ao chegar às margens da lagoa da Libânia, a família constatou que a jovem havia morrido. Ela estava com as duas pernas quebradas, diversos hematomas e traumatismo.

Após a morte da vítima, a mãe dela, dona Rose, começou uma luta interminável pela Justiça no caso da filha. Alberto sumiu e, durante um ano, a mãe pedia que as autoridades acompanhassem o caso. Vizinhos, familiares e parentes do acusado e da vítima foram ouvidos na Delegacia de Defesa da Mulher. O mandado de prisão dele foi expedido no dia 5 de janeiro.

O caso de Stefhani foi contado na reportagem Feminicídio: os sonhos e as histórias de mulheres assassinadas no Ceará. No dia Internacional da Mulher, 8 de março, O POVO reuniu histórias de mulheres que tiveram os sonhos interrompidos, vítimas de violência praticada pelos próprios companheiros, o feminicídio.

                                                     o Povo 

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