
O Partido Novo lançou nesta sexta-feira (11) a pré-candidatura do general da reserva Guilherme Theophilo para o Senado Federal. O ato político, realizado na sede do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), reuniu apoiadores, filiados e lideranças políticas como o senador Eduardo Girão (Novo) e a deputada federal suplente Mayra Pinheiro (PL).
Ex-candidato a governador do Ceará em 2018, Theophilo agora troca de papel com Girão, que naquele ano foi candidato a senador e agora é pré-candidato ao Governo do Estado. A ideia do partido é que Theophilo possa ocupar a cadeira de Girão no Senado, defendendo bandeiras conservadoras, além de priorizar a segurança pública.
No ato, Theophilo disse que a candidatura não é “inegociável” e defendeu a união da direita para as eleições de 2026. “Eu quero ver a direita unida. Já não fomos para eleição municipal com a direita unida, se a gente conseguir unir a direita na eleição estadual, já é um grande ponto para a gente ter sucesso nesta eleição. Então, eu acho que nada é inegociável desde que esteja nos parâmetros do Novo de liberdade, de família e integridade. Isso tudo é possivel”.
Entre os partidos do campo da direita ou do grupo de oposição no Ceará, outros nomes também são apresentados como pré-candidatos a uma das duas vagas para o Senado no Ceará na eleição do próximo ano, entre eles, o deputado estadual Alcides Fernandes (PL), a vereadora Priscila Costa (PL) e o deputado federal Moses Rodrigues (União Brasil).
Além disso, nomes como o ex-prefeito Roberto Cláudio (sem partido), o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e o ex-deputado Capitão Wagner (União Brasil), entre outros, são cotados para encabeçar uma possível chapa única da oposição, disputando o Governo do Estado.
Quadros do PL, do União Brasil e do PDT no Ceará vêm ensaiando uma aliança para poder lançar essa chapa única para o Governo do Estado. Outras siglas como PSDB e Novo também são citadas para estar nessa composição.
ARTICULAÇÕES COM OUTRAS FORÇAS DA OPOSIÇÃO
Questionado sobre as articulações para construção da chapa de oposição para na eleição majoritária, Eduardo Girão disse que mantém diálogo com lideranças de outros partidos, mas defendeu que o projeto representado por ele e o Novo é que significa “a verdadeira mudança” para o Estado do Ceará.
“Quanto a nossa candidatura, a gente não é de desistir. Se tiver um projeto representando essa parcela cada vez mais crescente da população, que defende a vida, a ética e a liberdade, nós vamos estar sempre conversando, mas nós acreditamos, com todo respeito a quem pensa diferente, que o nosso projeto é o que representa a verdadeira mudança para o Estado do Ceará”, respondeu Girão em coletiva de imprensa no ato que lançou Theophilo pré-candidato a senador.
O senador do Novo sinalizou que não deve recuar em sua pré-candidatura, a exemplo do que ocorreu na eleição municipal de 2024, quando ele foi candidato a prefeito de Fortaleza. Quanto a outros nomes cotados para a disputa pelo Governo do Estado pela oposição, Girão comentou que são “legítimos” e que mantém o diálogo desde que possa manter a “coerência”.
“Há alguns nomes da oposição, Roberto Cláudio, Ciro Gomes, que nunca vi ele (Ciro) dizer que é candidato, mas efetivamente nós acreditamos que o projeto novo para o Estado do Ceará é o que a gente traz, porque tem choque de gestão, tem uma abordagem bem forte em causas e enfrentamento ao crime organizado, que é um dos grandes problemas hoje no Ceará e no país. Defendo o diálogo, mas a gente está muito convicto dessa candidatura”.
Por outro lado, Girão acenou a nomes do campo da direita cearense no União Brasil e no PL, demonstrando uma maior afinidade com esses. Defendendo a pré-candidatura de Theophilo para senador, lembrou da segunda vaga para esse cargo.
“São duas vagas, pode-se conversar com a oposição, tem suplências, tem outras posições dentro de uma chapa para se conversar. Tem outros nomes bons, o deputado Alcides (Fernandes), tenho esperança de que Mayra (Pinheiro) possa ser uma alternativa para o Senado, a Priscila Costa é outro nome muito bom, o próprio Capitão Wagner é outro nome bom, tem muitas alternativas”.
SOBRE O GENERAL GUILHERME THEOPHILO
Após a participação nas eleições de 2018 como candidato a governador do Ceará, o general da reserva Guilherme Theophilo tornou-se Secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro (PL) entre 2019 e 2020. Também atuou como CEO do Instituto Combustível Legal/RJ. Na política, ainda foi presidente municipal do Podemos em 2020 e presidente municipal do Novo em 2024.
Além disso, Guilherme Theophilo é irmão do general da reserva Estevam Theophilo, que integrou a cúpula militar no governo Bolsonaro como chefe do Comando de Operações Terrestres (Coter) do Exército Brasileiro e é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por, supostamente, integrar o ‘núcleo 3’ de trama golpista.
Possui graduação em Ciênicas Militares pela Academia Militar das Agulhas Negras e curso superior em Processamento de Dados, é especialista em Administração Pública, mestre em Aplicações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, ECEME. Foi comandante logístico do Exército Brasileiro entre 2016 e 2018.