Cancelado pela Prefeitura em razão dos motins de policiais e bombeiros militares,
que estão paralisando suas atividades e protestando em todo o Ceará, o
Carnaval 2020 de Paracuru, no Litoral Oeste, ocorre pelo desejo de
foliões que lotam a praça principal. Com caixas de som e até blocos
independentes, o tradicional mela-mela ocorreu nesta segunda-feira, 22.
Nos outros dias a folia também seguiu sem maiores intercorrências. Embora o fluxo de pessoas seja intenso, como apurado pelo O POVO,
que esteve no município nesta segunda, comerciantes e brincantes do
Carnaval afirmam que a lotação não se compara à de anos anteriores. O
dono de uma lanchonete, localizada na praça do centro da cidade, afirmou
que o número de foliões caiu muito. "Geralmente é bem mais lotado, né?
Mas eu até prefiro desse jeito, com menos gente".
Vendedores ambulantes também admitem o esvaziamento.
"Não deixam mais colocar paredão. Mas eu não cheguei a ver nenhuma
violência, graças a Deus. Mas é assim, quem faz o Carnaval ê você",
pondera Eduardo Sousa, 60. Ele veio de Fortaleza com a esposa e o filho e
está tentando descolar um dinheiro extra vendendo bebidas e "espuminha"
no Carnaval de Paracuru.
Bloco na rua
Sem atrações oficiais, o jeito foi colar junto a blocos
independentes, como o Máscara Negra, grupo composto por pessoas da
mesma família, de Fortaleza. Climério Augusto Carneiro Neto, 45 anos, um
dos criadores do bloco, conta sobre a animação, entre uma batida no
instrumento e outra.
"Ainda bem que tivemos a oportunidade de estar aqui. O
público que autorizou e está gostando muito", disse Climério. Todo ano
eles levam o bloco para alguma praia, sendo esta a terceira vez.
Primeiro foi em Fortaleza, depois Aracati e agora Paracuru. Não
desanimaram nem mesmo com o cancelamento do Carnaval oficial.
o povo