Sinônimo
de rigor, qualidade e tradição na literatura estadual, o Anuário do
Ceará 2019-2020 já tem lançamento marcado: próxima segunda-feira, 12, às
19h30min, no Lulla's Plazzá. Com quase 150 anos de circulação, a
publicação é a mais antiga no Estado. Nesta edição, além do tradicional
conteúdo sobre economia, política, cultura, entre outros assuntos, o
livro traz um capítulo especial que homenageia o Geopark Araripe.
Considerado
o primeiro da América Latina e do Caribe, o geoparque ocupa uma área de
aproximadamente 5.000 quilômetros quadrados (km²) e abriga registros
geológicos do período Cretáceo, com fósseis de seres que habitaram a
região entre 120 milhões a 100 milhões de anos atrás. O patrimônio se
estende pela Bacia Sedimentar do Araripe, ocupando os municípios
cearenses de Barbalha, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Nova
Olinda e Santana do Cariri, e também os estados de Pernambuco e Paraíba.
Assinado
pelo jornalista do O POVO Nut Pereira, o capítulo percorre a história
do geopark, desde a formação da Bacia do Araripe há 150 milhões de ano,
passeando pelos geossítios que integram o patrimônio, destacando também
os potenciais turísticos, econômicos, ambientais e culturais da região.
"O
Geopark Araripe não faz parte de uma estratégia isolada, mas de uma
estratégia global que tem o objetivo de preservar territórios que tenham
uma importância paleontológica, ambiental e cultural significativa.
Então, é um motivo de muito orgulho pra nós ter isso aqui no Ceará,
porque atualmente, no Brasil, nós somos os únicos que temos um geoparque
reconhecido pela Unesco", explica Nut.
Em
2015, o patrimônio recebeu da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) o título de Geoparque Mundial
Unesco.
Allyson
Pinheiro, presidente do Comitê Científico do Geopark e diretor do Museu
de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (URCA), diz-se
ansioso pelo lançamento da publicação, que, para ele, também é um
reconhecimento do trabalho que vem sendo desenvolvido.
"Vejo
(a homenagem) como um reflexo do caminhar do Geopark Araripe ao longo
desses 12 anos de existência. Acho que se a gente está tendo essa
publicação quer dizer que hoje a gente tem uma difusão sobre o que ele
é", avalia o diretor.
Conforme
Allysson, que também é professor da Urca, o Geopark Araripe é um
projeto de desenvolvimento regional sustentável, destinado "a preservar a
região mas também desenvolver da forma mais racional e inclusiva
possível".
"Quem
vive lá, precisa saber que está num território Unesco, que é um
território diferente, com características únicas, que ele não vai
encontrar coisa parecida em outro lugar do mundo", acrescenta.