ESCASSEZ DE ÁGUA CASTIGA MUNICÍPIOS DO CARIRI OESTE

Blog do  Amaury Alencar
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No Cariri Oeste, a situação é ainda mais crítica. Municípios como Salitre, Campos Sales e Araripe convivem diariamente com a falta d’água. A população depende de carros-pipa, poços já quase esgotados e longas filas para conseguir encher baldes e vasilhas.


Seu Raimundo Lopes, agricultor de Araripe, lamenta:

“A gente já vinha sofrendo, mas agora está pior. Não tem água pra plantação, pra bicho e às vezes nem pra beber. O sertanejo aguenta muita coisa, mas sem água ninguém resiste.”

A seca intensa também compromete a criação de animais e inviabiliza atividades agrícolas básicas, aumentando o endividamento das famílias rurais.

 CALOR EXTREMO E BAIXA UMIDADE: RISCO PARA A SAÚDE

Com temperaturas ultrapassando os 40 graus em diversos pontos do Cariri, os profissionais de saúde alertam para riscos graves:

Desidratação

Insolação

Choque térmico

Problemas respiratórios devido à fumaça

Crises alérgicas

Aumento da pressão arterial

A umidade relativa do ar, em muitos momentos do dia, chega a níveis considerados críticos, próximos a 15%, muito abaixo do ideal pela Organização Mundial da Saúde.

Em Juazeiro, Crato, Icó, Quixadá, Tauá e Nova Olinda, muitas pessoas relatam dificuldade até para dormir devido ao calor excessivo.

 VENDA DE PICOLÉS E SORVETES DISPARA

O comércio também sente os efeitos da onda de calor. Ambulatórios e supermercados relatam alta expressiva na venda de bebidas geladas, sorvetes, barras de gelo e picolés.

Em Crato, o ambulante João Batista, que trabalha vendendo picolé no Centro, disse que nunca viu um período tão quente:

“Está difícil pra gente trabalhar debaixo desse sol, mas pelo menos as vendas melhoraram. Tem dia que vendo o dobro. O povo pede qualquer coisa gelada pra aliviar o calor.”

 AGRICULTORES DOS INHAMUNS E SERTÃO CENTRAL TEMEM O PIOR

Na região dos Inhamuns, especialmente em Tauá, Parambu e Quiterianópolis, agricultores relatam perda de lavouras, pastos secos e reservatórios praticamente vazios.

No Sertão Central, cidades como Quixeramobim, Quixadá e Senador Pompeu enfrentam o mesmo drama: açudes em níveis mínimos e previsão de chuvas abaixo da média até o fim do ano.

Maria do Socorro Fernandes, produtora rural de Quixeramobim, desabafa:
“O sol está queimando tudo. A gente tenta salvar o pouco que plantou, mas sem chuva não tem como. Cada dia é um sofrimento novo.”


 CONCLUSÃO
A soma de calor extremo, seca prolongada, baixa umidade, falta d’água e incêndios frequentes coloca o Cariri e boa parte do interior do Ceará diante de um dos períodos mais duros dos últimos anos.

O momento exige atenção redobrada, solidariedade, ações emergenciais e consciência ambiental — afinal, qualquer descuido pode provocar tragédias ainda maiores. 

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