Indústria cearense tem queda em julho, mas mantém desempenho acima da média nacional

Blog do  Amaury Alencar
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A produção industrial do Ceará registrou recuo de -0,3% em julho de 2025, acompanhando a retração nacional de -0,2% na comparação com o mês imediatamente anterior. O resultado, divulgado nesta sexta-feira (12) pela Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Regional (PIM-PF Regional) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coloca o Estado como o sexto pior desempenho entre os 15 locais pesquisados.

Na comparação com julho de 2024, a indústria cearense apresentou variação nula (0,0%), repetindo o mesmo patamar de produção observado no ano anterior, situação que também se verificou no Amazonas. No acumulado de 2025, o desempenho do setor no Ceará segue negativo, com retração de -0,4%. Apesar disso, no acumulado dos últimos 12 meses, o Estado registra crescimento de 2,3%, acima da média nacional de 1,9%.

Nacional
Em âmbito nacional, o setor industrial mostrou retração de -0,2% em julho, com sete dos 15 locais pesquisados apresentando queda. As maiores perdas foram registradas no Paraná (-2,7%), Bahia (-2,6%), Minas Gerais (-2,4%) e Pará (-2,1%). O Ceará aparece com recuo moderado de -0,3%, enquanto o Amazonas manteve estabilidade (0,0%). Em contrapartida, Espírito Santo (3,1%), Rio Grande do Sul (1,4%) e Santa Catarina (1,1%) puxaram os resultados positivos.
Na média móvel trimestral, a indústria brasileira encolheu -0,3% no trimestre encerrado em julho. Oito locais tiveram resultados negativos, com destaque para Mato Grosso (-3,9%) e Bahia (-1,6%). Já Espírito Santo (4,2%) e Pernambuco (1,9%) lideraram os avanços.

Análise de tendência
Na comparação interanual, frente a julho de 2024, a indústria nacional cresceu 0,2%. O destaque positivo ficou com Espírito Santo (14,5%) e Rio de Janeiro (10,4%). No acumulado do ano, a expansão nacional foi de 1,1%, com dez locais em alta. Pará (4,9%) e Espírito Santo (4,8%) lideraram os ganhos.
No recorte de 12 meses, o crescimento do setor industrial brasileiro foi de 1,9%, com 13 dos 15 locais pesquisados em terreno positivo. Contudo, 12 Estados registraram perda de dinamismo em relação a junho, incluindo o Ceará, que desacelerou de 3,1% para 2,3%.

Para o economista Helder Cavalcante, embora o desempenho da indústria cearense em julho de 2025 revela uma desaceleração conjuntural, com queda de -0,3% no mês e variação nula na comparação com julho de 2024. “Além disso, o acumulado do ano ainda está no negativo (-0,4%), sinalizando dificuldades para sustentar o ritmo de produção em 2025. No entanto, o dado mais relevante é o acumulado em 12 meses, com alta de 2,3%, superior à média nacional. Esse resultado indica que, apesar das oscilações de curto prazo, a indústria local apresenta resiliência e mantém uma trajetória de crescimento no horizonte mais longo, sustentada por segmentos estratégicos que ainda conseguem avançar acima da média do país”.

No cenário nacional, segundo o analista, a retração de -0,2% em julho mostra um enfraquecimento da atividade industrial, afetada principalmente por Estados de grande peso, como Paraná, Bahia e Minas Gerais. “Embora haja resultados expressivos em regiões como Espírito Santo e Rio de Janeiro, o quadro geral é de baixo dinamismo, com o crescimento interanual limitado a 0,2% e o acumulado em 12 meses ainda modesto, em 1,9%. Essa combinação de quedas pontuais e desaceleração em diversos Estados evidencia um setor que enfrenta dificuldades estruturais e conjunturais, com ganhos concentrados em poucas localidades, o que limita a capacidade da indústria nacional de sustentar uma recuperação mais ampla e consistente”, disse.

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