O governador Elmano de Freitas (PT) deve reunir o núcleo econômico do governo já na próxima segunda-feira, 14, para discutir os possíveis impactos nas exportações do Ceará da sobretaxação de 50% sobre exportações brasileiras, anunciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
De acordo com o governador, caso o tarifaço de Trump seja levado adiante a partir de 1º de agosto, como vem prometendo o mandatário norte-americano, “o estado do Ceará seria muito impactado”.
“Temos uma siderúrgica que é responsável por metade da movimentação de carga do Porto do Pecém, e grande parte é exportada para os EUA. O Ceará é o maior polo calçadista do Brasil, e isso vai para os EUA. Ceará também exporta pescado, e uma parte é para os EUA”, enumerou o petista.
Segundo ele, um primeiro contato nessa articulação já foi feito com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). A intenção é constituir uma mesa de discussão para debater possíveis saídas nesse cenário, de modo a evitar perdas.
“Vamos fazer uma conversa com o setor do agronegócio”, continuou Elmano, “para que a gente possa discutir se é possível alguma medida estadual que possa ajudar nossos empresários a manter competitividade em atuação no mercado americano e o que podemos realizar juntos”.
“Estamos preocupados. Devo convocar reunião já na próxima segunda com equipe financeira do governo, seja da Secretaria da Fazenda ou do Planejamento, e fazer uma conversa imediata com o Governo Federal para termos mais informações de como está se pensando as medidas”, declarou o chefe do Abolição na manhã deste sábado, 12, durante agenda no bairro Paupina.
O chefe do Executivo cearense citou ainda a possibilidade de a produção estadual se voltar para outros mercados internacionais, na hipótese de haver dificuldade de exportação para os Estados Unidos.
Forte nesses setores, o Ceará tenta se antecipar, encontrando alternativas de comercialização antes mesmo de qualquer aumento da taxação.
A medida foi comunicada por Trump em carta enviada ao presidente Lula no início da semana. No documento, publicado nas redes sociais, o líder dos EUA menciona o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no STF por tentativa de golpe de Estado.
Para Trump, Bolsonaro seria alvo de “perseguição política” e do que ele considera como “caça às bruxas”.
Em resposta, o governo brasileiro devolveu a carta encaminhada pelos EUA, enfatizando que as instituições nacionais mantêm autonomia para trabalhar, não havendo interferência política nos processos de natureza jurídica e vice-versa.
o Povo