Este
é um momento de extrema cautela. A afirmação foi feita por Michael
Ryan, diretor executivo do programa de emergências da Organização
Mundial da Saúde (OMS), durante a coletiva de imprensa de hoje (17). O
evento informa sobre os andamentos nas pesquisas e a evolução no combate
ao novo coronavírus em escala global.
De acordo com Ryan a situação no Brasil
ainda é classificada como grave. Os sinais de estabilização do contágio e
do número de casos graves e óbitos não são, necessariamente, sinais de
vitória sobre a doença. “Já vimos isso antes em epidemias em outros
países. Pode-se ver um sinal de estabilização durante um dia, ou alguns
dias, e a [ocorrência da] doença pode subir novamente. Deve haver um
foco no distanciamento social, na higiene e nos esforços para evitar
aglomerações”, afirmou.
Michael Ryan frisou ainda que populações de
minorias étnicas e pessoas em condições de pobreza nos ambientes urbanos
devem ter apoio especial, já que não possuem condições para realizar o
distanciamento social e manter a higiene necessária para conter o avanço
do novo coronavírus.
“Penso que, na perspectiva do Brasil, agora
realmente é um momento de dobrar as apostas no sistema público de saúde e
nas medidas sociais. [É o momento de] focar em ajudar comunidades e
garantir que o sistema hospitalar continue funcionando e seja capaz de
tratar pacientes graves”, afirmou o médico.
“Não tenho dúvidas do compromisso total,
engenhosidade do governo brasileiro, dos estados, das pessoas para achar
uma maneira de colocar a doença sob controle. [O Brasil] emergirá dessa
situação o mais rápido possível”, concluiu Ryan.