O Ceará registrou a primeira morte por
Covid-19 no sistema prisional. O preso João Paulo Lopes Vieira, de 36
anos, faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município de
Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, nessa
segunda-feira, 27. Outro óbito, também de um detento, está sendo
investigado.
Procurada pelo O POVO, o secretário
Mauro Albuquerque, da Administração Penitenciária (SAP), confirmou a
informação. Por nota, a assessoria de imprensa da SAP informou que João
Paulo Vieira estava cumprindo pena na Casa de Privação Provisória de
Liberdade Professor Clodoaldo Pinto (CPPL2), em Itaitinga, e desde o dia
21 deste mês precisou ser internado com sintomas graves da Covid-19.
João Paulo, de acordo com o prontuário médico,
pertencia ao grupo de 1.326 presos do sistema penitenciário do Ceará
mais vulneráveis à contaminação do novo coronavírus. Ele sofria de
hipertensão arterial sistêmica e também era asmático.
Mais quinze presos dividiam a cela com João Paulo. De
acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, a ala onde o
interno estava recolhido foi isolada e, por enquanto, nenhum detento do
local “apresenta sintomas de gripe ou semelhante a coronavírus”. A
CPPL2, de acordo com estatísticas de dezembro de 2019 da SAP, está
superlotada. Com capacidade para abrigar 944 presos, tem 1.726 detentos.
Um excedente de 782 apenados.
Nesta terça-feira, 28, o Núcleo de Saúde da SAP
“realizou testes em todos os internos desta ala”. Porem, não divulgou o
resultado dos exames feitos nos presos nem nos servidores que trabalham
onde João Paulo cumpria pena. “O objetivo é antecipar os casos
suspeitos, promover tratamento entre os confirmados e prevenir uma
possível disseminação da doença”, informou parcialmente a nota.
A situação é preocupante no sistema penitenciário do
Ceará. Além da morte do primeiro preso por Covid-19, o vírus já se
espalhou entre os agentes penitenciários. Ao O POVO, a SAP confirmou que 67 policiais penais testaram positivo para a doença.
“Todos estão estáveis, isolados e acompanhados por um grupo composta
por médicos, psicólogos e assistentes sociais. A Secretaria informa que
possui efetivo de agentes suficiente pra garantir a segurança do sistema
prisional”, afirmou a assessoria de imprensa.
o povo