Técnicos de refinaria estariam em cárcere privado há 48 horas, denuncia Sindipetro; Petrobras nega

Blog do  Amaury Alencar



FÁBRICA de Lubrificantes e Derivados do Petróleo do Nordeste (Lubnor)
FÁBRICA de Lubrificantes e Derivados do Petróleo do Nordeste (Lubnor) (Foto: Juarez Cavalcanti/DIVULGAÇÃO)
O Sindicato dos Petroleiros do Ceará (Sindipetro) denuncia que sete técnicos de operação da Petrobras, lotados na Refinaria de Lubrificantes do Nordeste (Lubnor), no bairro Mucuripe, estão sendo impedidos de deixar o local há mais de 48 horas. Fato acontece após a categoria deflagrar greve nacional na última sexta-feira, 31. 

Em nota a Petrobras informou que a denúncia de cárcere privado não é procedente. A companhia esclarece que já solicitou e aguarda que o sindicato, em cumprimento à decisão judicial vigente, informe às equipes de funcionários que um novo grupo de turno precisa ir à Lubnor render os trabalhadores que estão no local desde o último turno, que, segundo o Sindipetro, teria começado às 15 horas de sexta-feira, 31.

Emanuel Menezes, Diretor da Federação Única dos Petroleiros, afirmou ao O POVO que a empresa se recusa a participar da mesa de negociação. Alguns trabalhadores, já exaustos do turno que deveria ter findado na noite da sexta-feira, 31, chegaram a dar entrada na enfermaria do local com pressão alterada e tiveram de ser medicados.

"Eles já estão sem condições de permanecer lá. Desde o início da empresa se negou a negociar e está mantendo os trabalhadores em cárcere privado. Eles já judicializaram o caso, o que mostra que eles não querem negociar de jeito nenhum", afirma Menezes.

O POVO entrou em contato com um dos funcionários que excedeu a sua carga horário de trabalho para entender o caso. O homem, que terá identidade preservada, não deu maiores informações e alegou extremo cansaço. O trabalhador já está em casa. Outros sete técnicos ainda estariam no local. 
Uma manifestação está marcada para acontecer no portão da Lubnor às 7h30min desta segunda-feira, 3, segundo o Sindipetro. O sindicato informa ainda que já realizou Boletim de Ocorrência e denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT) no Ceará. A reportagem procurou o MPT e aguarda posicionamento.

Greve

O diretor da Federação Única dos Petroleiros afirmou que a greve se dá em razão de demissões em massa e descumprimentos de diversas cláusulas de acordo coletivo. No Paraná, mil funcionários foram demitidos. Segundo a Petrobras, o movimento grevista é "descabido". 

Veja nota oficial da Petrobras:

"A Petrobras esclarece que não procede denúncia de que empregados da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR) estão em cárcere privado na unidade após greve convocada por entidades sindicais e que teve início na madrugada deste sábado. A companhia já solicitou e aguarda que o sindicato, em cumprimento à decisão judicial vigente, informe as equipes que irão render o grupo de turno que está atuando na unidade.

A Petrobras reafirma que o movimento é descabido. A companhia tem tomado todas as providências para garantir a continuidade de suas operações, o abastecimento do mercado e as condições de segurança em suas unidades".


o Povo