Em entrevista ao 'Correio Braziliense',
ministro do STF criticou força-tarefa após divulgação de conversas que
apontam suposta irregularidade.
O ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Gilmar Mendes afirmou que a forma de atuação da Operação Lava Jato
é a de “uma organização criminosa para investigar pessoas”. A afirmação
foi dada em entrevista publicada pelo jornal “Correio Braziliense”
neste domingo (4).
A posição se dá após o jornal “Folha de
S. Paulo” e o site “The Intercept Brasil” publicarem reportagem com
trechos de conversas entre integrantes da Lava Jato que indicariam que o
coordenador da força-tarefa em Curitiba, Deltan Dallagnol, buscou
informações sobre as finanças pessoais de Mendes e do presidente do STF
Dias Toffoli e evidências que os ligassem a empreiteiras envolvidas com a
corrupção na Petrobras. Para isso, Dallagnol teria recorrido à Receita
Federal.
A Constituição, porém, determina que
ministros do STF não podem ser investigados por procuradores da primeira
instância, como Deltan e os demais integrantes da Lava Jato. Os
ministros só podem ser investigados com autorização do próprio tribunal,
onde quem atua em nome do Ministério Público Federal é o
procurador-geral da República.
Mendes afirmou ter imaginado
anteriormente que esse tipo de procedimento estaria sendo adotado pela
Lava Jato. “É uma atitude das mais sórdidas e mais abjetas que se pode
imaginar. Por que se queria investigar Toffoli ou a mim? Por que nós
fizemos algo errado? Não, porque nós representávamos algum tipo de
resistência às más práticas que se desenvolviam. É uma coisa tão sórdida
que fala dos porões”, diz.
Mendes afirmou também na entrevista que
isso teria ocorrido porque órgãos de controle do Judiciário não estão
funcionando como deveriam. (R7)