O Ceará apresentou 180 pontos de
vulnerabilidade à exploração sexual comercial de crianças e
adolescentes, mapeados em rodovias e estradas federais brasileiras,
sendo o maior registro da região Nordeste. Esses dados são do
Observatório da Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, lançado no
final do mês de julho, na Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília.
No país, o numero chega a 2,5 mil.
Os dados fazem parte do Mapeamento dos Pontos
Vulneráveis de Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes (ESCA) em
Rodovias e Estradas Federais (MAPEAR), feito pela Polícia Rodoviária
Federa (PRF) entre os anos de 2017 e 2018. O estudo mostra que a
exploração sexual de crianças e adolescentes está distante de conseguir
obter a meta 8.7 da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, da
Organização das Nações Unidas (ONU), no qual cita:
“Tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o
trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna e o tráfico de
pessoas, e assegurar a proibição e eliminação das piores formas de
trabalho infantil, incluindo recrutamento e utilização de
crianças-soldado, e até 2025 acabar com o trabalho infantil em todas as
suas formas”.
Na região Nordeste, o Ceará lidera o ranking dos
estados com as maiores quantidades de pontos vulneráveis. Em seguida
aparecem Sergipe (108), Rio Grande do Norte (101), Bahia (81),
Pernambuco (45), Piauí (43), Alagoas (31), Maranhão (30) e Paraíba (25).
Nacionalmente, Paraná é o estado que apresenta as
maiores quantidade, no qual foram de 299 pontos vulneráveis para a
exploração sexual de crianças e adolescentes. Roraima teve os menores
números (5).
Entre os anos de 2003 e 2018, segundo informação do
Observatório do Trabalho Infantil, pelo menos 937 crianças foram
resgatadas de condições semelhantes à escravidão no Brasil. Em relação à
exploração de menores de 18 anos, muitos deles foram utilizados em
atividades sexuais, cujos locais para essa prática são localizadas em
algumas rodovias e estradas federais brasileiras.
Em relação ao Brasil, o país tem mais de 2,4 milhões de
crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos, trabalhando como agricultores,
vendedores ambulantes, empregados domésticos ou, ainda, explorados
sexualmente. No Ceará, são 85 mil pessoas nessa faixa etária, segundo
estatística do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
feita em 2016.
O levantamento feito pelo Observatório é vinculado a
dados coletados pelo Sistema Estatístico Nacional. O acesso é feito pelo
site https://smartlabbr.org/trabalhoinfantil/.
O POVO