O objetivo de Walter Delgatti Neto, um dos
suspeitos de hackear o celular de Sérgio Moro, era vender as conversas
hackeadas ao Partido dos Trabalhadores (PT). A informação partiu de
Ariovaldo Moreira, advogado de outro suspeito, em declaração à imprensa
na Superintendência da Polícia Federal em Brasília. As informações são
da Folha de São Paulo.
Moreira é advogado de Gustavo Henrique Elias Santos, e
da esposa Suelen Oliveira, detidos em prisão temporária pela Operação
Spoofing. "Ele [Elias Santos] confirma que o Walter [Delgatti] tinha ao
menos informações acerca da conta de Telegram do juiz Moro. A única
coisa que ele acrescentou a mais é que a intenção [de Delgatti] era
vender essas informações ao PT", declarou o defensor.
Ainda de acordo com o advogado, Elias não sabe se a
venda das conversas ao PT realmente aconteceu. "Não estava envolvido na
empreitada criminosa", declarou.
Delgatti já foi filiado ao partido Democratas (DEM).
Questionado sobre o fato, Moreira declarou que a pergunta havia sido
feita ao seu cliente em interrogatório, mas que "não soube responder".
"O que o Gustavo sabe é que o Walter tem uma certa afinidade com o
Partido dos Trabalhadores", declarou.
Há ainda um quarto preso, Danilo Cristiano Marques,
natural de Araraquara (SP), assim como os outros, que apesar de morarem
em cidades diferentes (São Paulo, Araraquara e Ribeirão Preto), nasceram
na mesma cidade.
Vallisney de Souza Oliveira, juiz federal responsável
por autorizar a prisão dos quatro suspeitos, acredita que "fortes
indícios que os investigados integram organização criminosa para a
prática de crimes e se uniram para violar o sigilo telefônico de
diversas autoridades brasileiras via invasão do aplicativo Telegram"
A prisão dos suspeitos foi associada à divulgação das
mensagens no site do The Intercept Brasil, que mostram interferência
dele nas investigações da Lava Jato. Apesar de Moro acreditar nisso, não
há citação a isso na decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, nem
no pedido do Ministério Público.
o Povo on line