As mais de 600 quilômetros de ferrovias abandonadas no Ceará podem, em breve, ganhar um novo destino: transformar-se em linhas regionais de transporte de passageiros. A proposta, apontada por especialistas, busca reaproveitar trechos hoje inutilizados para criar ligações entre cidades distantes e fortalecer a mobilidade no interior do estado. A ideia é reativar partes estratégicas da malha ferroviária para uso público, trazendo benefícios econômicos e sociais.
Esses trechos inativos pertencem oficialmente à Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), concessionária responsável por mais de 3 mil quilômetros de linhas férreas desativadas em cinco estados do Nordeste. Grande parte dessa malha encontra-se fora de operação, e é justamente sobre ela que os estudos se concentram. A FTL possui trechos ainda operacionais, mas boa parte segue abandonada e sem utilização prática.
No Ceará, o projeto em análise prevê, inicialmente, a conexão entre Fortaleza e Sobral, utilizando um segmento da malha ativa da FTL. Além disso, há estudos para integrar um sistema de Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) entre Barbalha, Crato e Juazeiro do Norte, no Cariri, ampliando a oferta de transporte regional e aproximando centros urbanos importantes da região. Caso aprovado, o plano pode representar um marco na mobilidade cearense, revitalizando antigas estruturas e oferecendo novas alternativas para a população.
A proposta ainda está em fase de avaliação, mas especialistas destacam que a reutilização das ferrovias abandonadas pode ser uma solução eficiente para melhorar o deslocamento intermunicipal, reduzir custos e promover o desenvolvimento das regiões atendidas.
Fonte: Diário do Nordeste
