
O ex-prefeito Roberto Cláudio oficializou, na quarta-feira (5), em Brasília, sua filiação ao União Brasil. O presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, abonou a ficha de RC e afirmou que ele será “o que quiser” no partido.
“Aqui a gente é firme, a gente não tem curva. Você vai ser dentro desse partido o que você quiser”, afirmou Rueda. Para o presidente, a federação União Progressista (União Brasil – Progressistas) é um “ambiente próspero para construir um Ceará diferente”.
Ao lado do presidente do União Brasil no Ceará, Capitão Wagner, Roberto Cláudio agradeceu ao ex-adversário político pela “generosidade” de tê-lo convidado ao partido. O ex-prefeito ainda saudou representantes do PSDB, União, PL, dissidentes do PDT, Avante e Cidadania.
“Em muitos momentos das nossas vidas, a gente esteve em palanques distintos, tivemos alguns enfrentamentos, mas nada que o PT não tenha a capacidade de unir”, afirmou o Roberto Cláudio.
RC seguiu os ataques contra o PT e afirmou que o partido “anestesia” as pessoas com “populismo assistencialista e com práticas políticas nojentas”. Para o recém-filiado, o PT é o “grande avalista e padrinho” do “esquema” do prefeito cassado de Choró, Bebeto Queiroz (PSB), que segue foragido.
“A gente, consolidando essa frente de partidos de oposição, a gente terá mais tempo de televisão do que a coalizão do Governo do Estado. Nós temos hoje um governador tido com frágil, omisso e covarde, dito pelo povo, no combate ao maior problema nosso que é a segurança.
Caiado, que tenta se viabilizar como candidato à presidência da República em 2026, reforçou a necessidade de união dos partidos de oposição no Ceará. “Construam um acordo e ganhem as eleições. É hora de vocês pacificarem. Nós temos problema e tal, cada um vai cedendo um pouco e todo mundo vai se encaixando”.
O governador ainda brincou e pediu que RC doasse parte de seu sangue a Ciro para “acalmá-lo”.
Elogios de
Capitão Wagner
Tanto RC quanto Ciro Gomes elogiaram a “oposição solitária” que Capitão Wagner encabeçou durante alguns anos no Ceará. Ciro chegou a agradecer o “privilégio” de conhecer o ex-adversário “mais de perto” e culpou o irmão, o senador Cid Gomes (PSB), pelos antigos atritos.
“Eu, menos por ele, mas mais em solidariedade cega ao meu irmão, lembro com certo riso o que já foi muita amargura, até recentemente. Eu não queria saber quem era o Capitão Wagner, eu só queria saber de atacar Capitão Wagner porque ele era adversário agressivo do meu irmão”, disse Ciro.
Ontem, Ciro disse que a “agressividade” de Capitão Wagner, a quem já chamou de “chefe de milícias”, era uma “vocação política ainda não adestrada, representando, ao seu modo, mas indubitavelmente de boa fé, os interesses da corporação”.
Wagner, em sua fala, disse que o “namoro” que levou Roberto Cláudio ao União Brasil começou logo após as eleições de 2024 e que a chegada do ex-prefeito representa “um sentimento muito forte de fortalecimento do partido”.
“O Roberto Cláudio que organizou as contas do município, transformou Fortaleza, juntamente com o prefeito Sarto, que está aqui também, na cidade que tem uma das orlas mais bonitas do Brasil”, disse Wagner. Você vem para o União para ser candidato ao que você quiser”, concluiu Wagner.
Marcaram presença
Os deputados estaduais Lucilvio Girão, Antônio Henrique e Queiroz Filho estiveram no evento e foram citados como “os deputados que ainda estão no PDT por uma questão de legislação”. Cláudio Pinho, também deputado estadual pelo PDT e figura constante na oposição, não compareceu. No entanto, passou rapidamente pela convenção pedetista do último sábado (1) que oficializou a sigla na base do Governo do Ceará.
A vereadora Priscila Costa (PL) também esteve no evento, mas sem registro em suas redes sociais. Lá, a parlamentar foi citada como pré-candidata ao Senado por Ciro e Wagner.