A Polícia Federal (PF) deflagrou operação para investigar supostos desvios de verbas na Saúde de Sorocaba (SP), tendo como alvo o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos). A apuração envolve contratos emergenciais e sem licitação com uma organização social responsável pela gestão de unidades de pronto atendimento (UPAs) no Município.
Segunda fase: afastamento do prefeito
A segunda fase da Operação Cópia e Cola, deflagrada nesta quinta-feira, 6, resultou no afastamento de Manga do cargo por 180 dias, por decisão da Justiça Federal. A medida foi tomada a pedido da PF, que apontou risco de interferência nas investigações caso o prefeito permanecesse na função.
Durante o período de afastamento, o vice-prefeito Fernando Neto (PSD) assume interinamente o comando do Executivo municipal. Além disso, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva. Entre os presos está o empresário Marco Silva Mott, apontado como operador financeiro do esquema.
A Justiça também determinou o bloqueio de bens dos investigados, estimado em até R$ 6,5 milhões.
Primeira fase: apreensão de dinheiro e suspeita de propina
A primeira fase da operação, realizada em abril de 2025, já havia encontrado indícios de irregularidades. Na ocasião, foram apreendidos R$ 1,7 milhão em espécie, distribuídos em diversos endereços ligados a investigados. Parte do dinheiro estava na casa de lideranças religiosas ligadas à cunhada do prefeito — uma caixa com centenas de notas foi localizada no porta-malas de um carro, junto com um cofre.
Na mesma etapa, a PF apontou que Manga teria recebido propina por meio de transações imobiliárias e depósitos em espécie, intermediados por operadores financeiros. Também foi determinado o bloqueio de até R$ 20 milhões dos investigados.
Defesa nega irregularidades
Rodrigo Manga nega as acusações. Ele afirma que o dinheiro apreendido em endereços de terceiros está declarado e não pertence diretamente a ele. Em nota, seus advogados classificaram as ações da PF como “exageradas” e criticaram a condução do processo.
A operação ocorre em meio à crescente projeção nacional de Manga, que recentemente anunciou pré-candidatura à Presidência da República em 2026, pelo PRTB. O prefeito também gravou vídeos nas redes sociais classificando a ação da PF como uma retaliação política. “Não tenho medo de você, presidente Lula”, declarou, ao sugerir perseguição motivada por sua visibilidade nacional.
Esta não é a primeira vez que Rodrigo Manga é alvo de apurações. Segundo a PF, o prefeito já foi investigado em outros casos relacionados à área da saúde e à compra de kits de robótica para escolas municipais.
o povo