
A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (13), uma nova fase da operação que investiga o desvio de aposentadorias no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A operação foi desencadeada em 14 estados e no Distrito Federal.
De acordo com a Polícia Federal, nesta etapa, esão sendo cumpridos mandados de prisões e medidas cautelares contra alvos envolvidos no esquema que movimentou R$ 6,3 bilhões em fraudes previdenciárias.
Entre os alvos está o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto, acusado de ter permitido os desvios durante sua gestão. Ele comandou o instituto entre julho de 2023 e setembro de 2024, no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Stefanuto, que foi preso, classificou, por meio de nota emitida pela sua defesa, que a prisão é “completamente ilegal” e afirmou que o ex-presidente do INSS “não embaraçou as investigações e sempre colaborou com a apuração”.
A operação também impôs tornozeleira eletrônica ao ex-ministro do Trabalho e Previdência e ex-presidente do INSS no governo Bolsonaro, José Carlos Oliveira.
PRESOS
Entre os presos desta fase estão três integrantes da Conafer — Cícero Marcelino, Tiago Abraão Ferreira Lopes e Samuel Chrisostomo do Bomfim Júnior — além de Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho.
A PF ainda cumpriu novo mandado de prisão contra o lobista Antônio Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, já preso desde setembro. A Operação Sem Desconto também cumpre 63 mandados de busca e apreensão, incluindo medidas contra parlamentares. São alvos:
• o deputado federal Euclydes Pettersen Neto (Republicanos-MG), investigado após vender um avião a uma entidade ligada ao esquema;
• o deputado estadual do Maranhão Edson Cunha de Araújo, ex-presidente de uma entidade de pescadores envolvida nos descontos associativos.
Até o momento, os parlamentares não se manifestaram. Os mandados são cumpridos nos estados do ES, GO, MA, MG, PB, PR, PE, PI, RN, RS, SC, SP, SE, TO e no Distrito Federal.
Segundo a PF, os investigados podem responder por inserção de dados falsos, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultação patrimonial. A operação foi autorizada pelo ministro do STF André Mendonça, relator do caso.