
Um incêndio atingiu uma área externa do Hospital Geral Dr. César Cals (HGCC), entre a manhã e início da tarde da quinta-feira (13). De acordo com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o fogo foi causado por um incêndio na subestação de energia da unidade hospitalar. A secretária da Saúde do Estado, Tânia Coelho, afirmou ao longo do dia que cerca de 150 pacientes estavam nos leitos do hospital e cerca de 40 bebês entre berçário de médio risco e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
Uma força tarefa para acolhimento dos pacientes de neonatal, além de gestantes, foi realizada pela Sesa e a Secretária Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS). De acordo com a titular da pasta municipal, Riane Azevedo, os hospitais que estão recebendo os pacientes de neonatal são: Hospital e Maternidade Dra. Zilda Arns Neumann – Hospital da Mulher, além dos Gonzaguinha da Barra do Ceará, Messejana e José Walter. Azevedo afirma que pacientes com gestações de risco também podem procurar os hospitais para substituir o atendimento no HGCC.
Em meio à situação, o Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio da 137ª Promotoria de Justiça de Fortaleza, requisitou que a Sesa apresente, em até 48 horas, um plano de contingenciamento com medidas emergenciais e corretivas para assegurar a continuidade da assistência. O documento deve detalhar os serviços essenciais a serem mantidos e as ações de reparo da estrutura afetada. A Promotoria informou ainda que o caso será acompanhado dentro do procedimento que já apura a superlotação da rede obstétrica e neonatal da capital. Em nota, a Sesa afirmou que responderá ao MPCE dentro do prazo.
O incêndio no HGCC
As chamas provocaram a evacuação do hospital, localizado no Centro de Fortaleza. Pacientes e profissionais foram retirados às pressas, e recém-nascidos das UTIs Neonatais 1 e 2, além de pacientes da UTI Adulto, foram levados inicialmente para o ambulatório anexo, situado na avenida Imperador. Parte dos bebês precisou receber ventilação manual durante o deslocamento.
O Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) foi acionado por volta das 10h50min e controlou as chamas ainda na parte da manhã. A primeira guarnição encontrou o fogo restrito à sala dos geradores de energia. Após o controle, a UTI Adulto foi liberada para receber novamente alguns dos pacientes.
Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram posicionadas ao longo da avenida Imperador para transportar pacientes mais graves para outras unidades da rede pública durante toda a tarde. Conforme Tânia Coelho, todos os bebês foram transferidos.
Durante coletiva de imprensa em frente ao hospital, a gestora afirmou que nenhuma área assistencial foi atingida e que as remoções ocorriam por precaução. “A subestação de energia do hospital, que se situa na parte externa, sofreu um incêndio que foi rapidamente controlado pelas forças de segurança do governo. Portanto, não houve nenhum comprometimento da área assistencial e não temos pacientes feridos”, informou.
Alguns dos recém-nascidos foram abrigados temporariamente no espaço comercial conhecido como “Beco da Poeira”, localizado próximo ao hospital. O local serviu de abrigo emergencial até que as ambulâncias concluíssem a transferência dos bebês para outros hospitais da rede estadual.
Em nota publicada nas redes sociais, o governador Elmano de Freitas afirmou que as causas do incêndio serão rigorosamente investigadas. “Não há registro de feridos e de nenhuma área atingida. Por medida de precaução, os pacientes foram transferidos para outro hospital até a plena normalidade. Determinei que as causas do incêndio sejam rigorosamente apuradas”, declarou.
O secretário da Casa Civil, Chagas Vieira, também confirmou a transferência de alguns pacientes para o Hospital Universitário da Universidade Estadual do Ceará (HUC-UECE). Ele explicou que, apesar de o incêndio ter ocorrido na parte externa, a fumaça afetou o interior da unidade, o que levou à necessidade de desligar a energia.
No início da tarde, a Sesa reforçou que a prioridade era garantir a segurança e a continuidade do atendimento aos pacientes. Equipes técnicas permaneciam avaliando as condições da estrutura elétrica e o restabelecimento da energia. O acesso à unidade ficou restrito a profissionais autorizados e equipes de emergência.
Por Hyago Felix