O PDT realizou, no último sábado (1), a convenção partidária que reconduziu Iraguassú Filho e André Figueiredo às presidências do partido em Fortaleza e no Ceará, respectivamente. O evento contou com a presença do presidente nacional pedetista, Carlos Lupi, e de lideranças como o governador Elmano de Freitas (PT), e os presidentes estaduais do MDB, Eunício Oliveira, e do PSD, Luiz Gastão, e do PT, Antônio Filho – Conin.
O clima foi de reconciliação entre PT e PDT, que estavam rachados desde 2022, mas que têm buscado a reaproximação nos últimos meses. Em Fortaleza, sete dos oito vereadores pedetistas já compõem a base do prefeito Evandro Leitão (PT), que também esteve presente.
“Eu sei reconhecer as pessoas que são das nossas causas, independente do momento de palanque de eleição”, afirmou o governador, sinalizando que o racha é página virada. Na sequência, Elmano se comprometeu a ajudar o PDT a fazer a “maior bancada federal que ele puder” e reforçou a unidade da “aliança do campo progressista”.
Lupi encerrou o evento afirmando que o alinhamento com o PT no Ceará não era favor, mas obrigação. Ele reforçou ainda que “as forças do atraso não podem voltar no Ceará”. Para Lupi, o PDT nunca mudou de lado.
O posicionamento foi reforçado por André Figueiredo: “Nós sempre tivemos lado, o lado do povo brasileiro e da democracia”; e por Iraguassú: “A gente estará sempre desse lado, porque as nossas bandeiras são firmes e fincadas e o Brizola nos ensinou isso desde sempre”.
O PDT já havia formalizado seu apoio às gestões de Evandro e do presidente Lula (PT). No evento, o alinhamento foi estendido à gestão Elmano. Com a oficialização, também foi confirmada a permanência do deputado federal Mauro Filho no partido. Ele assumiu a vice-presidência estadual e o vereador Adail Jr., a vice municipal.
Recados a Ciro e à oposição
O evento ainda contou com presidentes estaduais da Rede, do Cidadania, do PV e do PCdoB e foi demonstração de unidade frente à aliança da oposição, que se juntou, há algumas semanas, para a filiação do ex-ministro Ciro Gomes e do ex-prefeito José Sarto ao PSDB.
Lupi aproveitou a ocasião para rebater as acusações de Ciro sobre o PDT ter virado “um puxadinho do PT”. “O PDT está pequeninho, mas a casa é nossa. O único puxadinho que a gente tem é uma aliança indestrutível com o povo brasileiro”, afirmou. “Estamos com Lula de novo para impedir que essa raça nojenta e odienta. Ao lado dessa gente jamais!”, concluiu.
Já Evandro caracterizou a saída de políticos dos quadros pedetistas como “seleção natural” e também se comprometeu a “trabalhar” para fortalecer o partido. Evandro deixou o PDT após 14 anos na sigla junto com o grupo liderado pelo senador Cid Gomes (PSB).
Osmar Baquit, um dos deputados estaduais que deixou o PDT na época, disse que “aqueles que brigavam para nos tirar foi quem abandonou o PDT e foi embora. E não tem moral para falar do Lupi. Dizer que o PDT se vendeu? Quem se vende não vale o que recebe”, disse.
(Por Maurício Moreira)