Trégua política: líderes partidários e governo buscam harmonia em meio à corrida pré-eleitoral de 2026

Blog do  Amaury Alencar
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Lideranças partidárias começaram a trabalhar, nos bastidores de Brasília, uma trégua nos conflitos com o Governo Federal, numa tentativa de reduzir as tensões entre o Legislativo e o Executivo e restabelecer um ambiente de cooperação política. O objetivo é comum a todos os lados: preservar alianças e pavimentar o caminho para as eleições de 2026.

A mudança de tom — agora mais conciliador — ganhou força após a derrubada da medida provisória que tratava do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e das demissões de indicados do Centrão em cargos estratégicos do governo, interpretadas como retaliações do Palácio do Planalto.

Com o desgaste provocado pela escalada de atritos, líderes de partidos governistas e independentes passaram a defender um “jogo zerado”, com foco no futuro e na recomposição da base parlamentar.

 é um gesto de pacificação: deputados e senadores sinalizaram apoio à votação de projetos de interesse do Executivo, em especial os que tratam de ajustes fiscais e medidas econômicas que o governo pretende aprovar até o fim do ano. Do outro lado, o Palácio do Planalto reagiu positivamente, abrindo espaço para negociações e retomando o fluxo de liberação de recursos.

 EMENDAS LIBERADAS

Como resposta à trégua, o governo liberou, até esta segunda-feira (27), o pagamento de R$ 1,013 bilhão em emendas parlamentares, o que representa um aumento de 159% em relação à última sexta-feira, quando haviam sido liberados R$ 391 milhões. A medida foi interpretada como um gesto concreto de reaproximação, que pode ajudar a destravar votações importantes no Congresso.

Essa busca por harmonia tem, ainda, um componente político mais amplo. Com a direita fragilizada e sem o comando efetivo de Jair Bolsonaro, que enfrenta restrições jurídicas e políticas para articular estratégias eleitorais, líderes de oposição evitam novas rupturas com o Planalto.

O entendimento é de que “não é hora de abrir novas frentes de confronto”, mas sim de buscar ganhos pragmáticos e garantir protagonismo nas discussões orçamentárias e eleitorais que moldarão o cenário de 2026.

Com a recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a urgência na aprovação de medidas fiscais para reforçar as contas públicas, deputados e senadores avaliam que a hora é de “trégua pragmática” — um pacto informal baseado na liberação regular das emendas e na mudança de postura do governo em relação ao Legislativo, criando as condições para um fim de ano de estabilidade política e avanço nas pautas prioritárias.

                                    Ceará Agora 

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