Ex-ministro e aliado de Ciro, Carlos Lupi é visto como bomba-relógio na CPI da Previdência

Blog do  Amaury Alencar
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 O depoimento do ex-ministro da Previdência Social Carlos Lupi (PDT) à CPMI do INSS tem gerado forte apreensão dentro do governo federal. A presença dele na comissão, marcada para esta segunda-feira (8), às 16 horas, é vista como um ponto de tensão pelo Palácio do Planalto, diante do risco de que suas declarações tragam desgastes adicionais ao governo Lula.

Lupi foi exonerado após a divulgação da operação da CGU e Polícia Federal que apontou, ao longo de sua gestão, o aumento no volume de descontos indevidos nos benefícios previdenciários. O pedetista saiu magoado e se sentindo injustiçado.

SILÊNCIO SOBRE ALERTAS

Mesmo alertado sobre as fraudes, o então ministro ignorou as recomendações para agir na adoção de medidas para barrar o desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas.

Fora da pasta desde maio, quando deixou o cargo após a revelação das fraudes em descontos irregulares em aposentadorias e pensões, Lupi recusou orientações para se submeter a um media training. Segundo aliados, não tem se dedicado a qualquer preparação específica para enfrentar os questionamentos dos parlamentares.

DISTANCIAMENTO

distância em relação ao núcleo petista reforça a preocupação. O ex-ministro mantém pouco diálogo com antigos colegas da Esplanada e não tem frequentado o Planalto, o que aumenta o grau de incerteza sobre sua postura diante dos senadores e deputados.

Lupi, amigo histórico de Ciro Gomes, é visto por interlocutores como uma bomba-relógio para o governo. Isso porque foi justamente durante sua gestão, nos anos de 2023 e 2024, que os descontos associativos se multiplicaram, abrindo caminho para o esquema que hoje é investigado pela comissão.

Ciente da gravidade, aliados do PDT que permanecem no governo organizaram uma linha do tempo com os principais fatos do escândalo, material entregue a Lupi como referência. Até agora, no entanto, não há sinais de que ele vá estudar o documento.

A pessoas próximas, o ex-ministro afirma que encara sua participação na CPI com tranquilidade, confiando em seu estilo espontâneo e direto. Esse mesmo perfil, contudo, é considerado imprevisível, o que aumenta o nervosismo entre governistas. Procurado pela imprensa, Carlos Lupi preferiu não se manifestar sobre sua ida ao colegiado.

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