
A cidade de Fortaleza consolidou-se como um dos principais destinos brasileiros para turismo de eventos, com impacto econômico de R$ 1,32 bilhão ao longo de 2024. Os dados foram divulgados nessa segunda-feira (18/08) pela Visite Ceará, em pesquisa desenvolvida em parceria com a Universidade de Fortaleza (Unifor) e o Observatório do Turismo de Fortaleza, durante o Seminário CETUR – Eventos e Turismo no Ceará: Perspectivas. O estudo mostra que os turistas que participaram de feiras, congressos e encontros profissionais injetaram R$ 975 milhões diretamente na economia da cidade. O montante resultou em R$ 753,77 milhões de valor adicionado ao PIB local, além de R$ 342,73 milhões em incremento na massa salarial e R$ 107,57 milhões em tributos. Ao todo, estima-se a geração de 114,2 mil ocupações, entre formais e informais.
O economista e sócio da Repense Inteligência Financeira, Bruno Henrique, lembra que o desafio agora é manter essa curva ascendente a longo prazo. “Investir em infraestrutura, qualificação profissional e promoção consistente do destino. O turismo não pode ser tratado apenas como oportunidade de alta temporada, mas como política econômica permanente, capaz de transformar a cidade e oferecer resultados concretos para quem vive dela e nela”.
Já o conselheiro do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), Paulo Henrique, lembra que os dados são boa notícia, mas também um alerta. “Se a cidade não transformar esse dinamismo em empregos mais estáveis e qualificados, corre o risco de colher apenas ganhos passageiros. O próximo passo deve ser transformar o turismo de eventos em um pilar duradouro de desenvolvimento, capaz de gerar benefícios que vão além da movimentação imediata da economia”.
Perfil
O perfil do turista de eventos revela elevado poder de consumo. A permanência média foi de 4,8 dias, sendo 3,3 durante os eventos e com mais da metade (50,5%) estendendo a estadia, motivados sobretudo pelo lazer (76%). O gasto médio total por visitante foi de R$ 3.732,86, cerca de R$ 777,67 por dia. A maior fatia das despesas foi destinada à hospedagem (38,5%), seguida por alimentação (22,8%), compras (15,1%), entretenimento (13,3%) e transporte (10,3%).
A pesquisa indica que 96,7% dos visitantes são brasileiros, com destaque para as regiões Nordeste (52,5%) e Sudeste (28,8%). Entre as principais cidades emissoras estão São Paulo, Natal, Rio de Janeiro, Recife e São Luís. O perfil etário concentra-se entre 25 e 44 anos (57,6%), com predominância feminina (59%). O grau de instrução também se destaca: 52,5% possuem nível superior completo e 20,9% pós-graduação.
Renda
No quesito renda, o público é majoritariamente de maior poder aquisitivo: 30,3% têm rendimentos entre 4 e 10 salários mínimos e 20,5% entre 10 e 20 salários mínimos. Essa faixa de renda ajuda a explicar os elevados gastos durante a estadia. Os visitantes também demonstraram interesse em explorar outros destinos próximos: Jericoacoara, Beberibe e Canoa Quebrada figuram entre os mais procurados após os eventos.
O setor de hospedagem se beneficiou diretamente: 63,5% dos turistas optaram por hotéis e flats, enquanto 14,1% ficaram em casas de amigos e parentes e 11,3% em imóveis alugados. O avião foi o principal meio de chegada (59,8%), e dentro da cidade o automóvel por aplicativo foi dominante (63,7%).
Mapa do Turismo de Eventos em Fortaleza
Impacto total na economia: R$ 1,32 bilhão
Injeção direta dos turistas: R$ 975 milhões
Arrecadação em tributos: R$ 107,57 milhões
Ocupações geradas: 114,2 mil (formais e informais)
Gasto médio total: R$ 3.732,86
Tempo de permanência: 4,8 dias
Principais despesas: Hospedagem (38,5%), Alimentação (22,8%), Compras (15,1%), Entretenimento (13,3%), Transporte (10,3%)
Perfil
Origem: 96,7% brasileiros
Principais regiões: Nordeste (52,5%) e Sudeste (28,8%)
Gênero: 59% feminino / 41% masculino
Faixa etária predominante: 25 a 34 anos (32,2%)
Renda: 30,3% entre 4 e 10 salários mínimos
Fonte: Relatório Impacto Econômico do Turismo de Eventos