
Um agente da Guarda Civil Municipal de Sobral está sendo investigado após o uso de uma arma de choque contra um motoboy durante uma abordagem ocorrida no último dia 13 de junho, nas proximidades do Parque da Cidade, no bairro Campo dos Velhos. O episódio, registrado em vídeo por uma testemunha, gerou forte repercussão nas redes sociais e levantou questionamentos sobre a conduta dos agentes envolvidos.
As imagens mostram o motoboy cercado por pelo menos sete guardas municipais. Ele aparece com as mãos para trás, sem demonstrar resistência. Mesmo assim, dois agentes o empurram, e um terceiro dispara a arma de eletrochoque. O entregador grita de dor, tenta se afastar e questiona: “Por que está fazendo isso? ”. O agente ordena que ele se ajoelhe e realiza novos disparos antes de algemá-lo e levá-lo à viatura.
Durante a abordagem, é possível ouvir um dos guardas gritar: “Diz teu nome, cara! ”, enquanto uma agente afirma que o jovem “vai levar bala”. Em outro momento, um dos agentes percebe que está sendo filmado e diz: “Tá filmando, né? Já sei onde é o endereço”.
A Corregedoria da Secretaria da Segurança e Cidadania de Sobral informou que instaurou um procedimento para apurar possíveis irregularidades. Em nota, o órgão destacou que todas as ações das forças de segurança devem seguir os princípios da legalidade, proporcionalidade e respeito aos direitos humanos. “O procedimento instaurado visa garantir total transparência na apuração dos fatos”, afirmou a Corregedoria.
A Prefeitura de Sobral também se manifestou, reforçando o compromisso com a segurança cidadã e a atuação responsável das forças de segurança. O caso provocou protestos entre motoboys da cidade, que se reuniram na Praça de Cuba no feriado de Corpus Christi para cobrar respeito e responsabilização.
O uso de armas de eletrochoque, como o taser, é permitido para agentes de segurança, mas deve ser restrito a situações que justifiquem o uso da força. O equipamento dispara até 50 mil volts e pode imobilizar temporariamente a pessoa atingida, sendo classificado como de menor potencial ofensivo.
A investigação segue em andamento, e a sociedade sobralense aguarda respostas claras sobre a conduta dos envolvidos e as medidas que serão tomadas para evitar abusos semelhantes no futuro.