O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), anunciou nesta quinta-feira, 31, que o mausoléu Castelo Branco, em homenagem ao primeiro presidente da ditadura militar, não ficará mais no complexo arquitetônico do Palácio da Abolição, sede do Governo Estadual
"Eu estava conversando com a nossa secretaria de Cultura (Luisa Cela). Aqui nós temos o Palácio da Abolição, aqui está o mausoléu do Castelo Branco e eu já disse, a decisão está tomada, ela tem a missão com a Socorro França e o Tiago Santana. O Palácio da Abolição não ficará ao mausoléu de quem apoiou a ditadura”, disse, aplaudido de pé.
O anúncio aconteceu no evento Agosto da Memória e Verdade: 44 Anos da Anistia, no próprio Palácio da Abolição. Elmano ainda declarou que existe um projeto a ser executado de levar para a sede do Governo do Estado o Dragão do Mar, símbolos abolicionista cearense.
"Existe um projeto a ser executado, eu já estou cobrando há algum tempo, a minha vontade e o meu desejo é que dia 11 de dezembro, no Dia Internacional dos Direitos Humanos se é pra trazer alguém, tragamos pra cá Dragão do Mar, e os abolicionistas e os lutadores pela democracia, disse.
"Honrando a história daqueles que lutaram e dedicaram suas vidas pela democracia, pelo bem viver do nosso povo", completou.
Mausoléu do Castelo Branco
O mausoléu em memória do ex-presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, o primeiro dos cinco da Ditadura Militar, nascido em Fortaleza foi inaugurado em 1972, pelo então governador do Ceará, César Cals, 5 anos após a morte do marechal.
O monumento passou por uma restauração em 2006 e em 2022 foi apresentado um requerimento proposto pelo deputado Renato Roseno (PSOL) que tivesse o mausoléu tivesse outro uso, baseado na lei que proíbe a atribuição a prédios, rodovias, repartições e demais bens públicos de “nomes de pessoas que constem no relatório final da Comissão Nacional da Verdade com responsáveis por violações”.
A requisição foi rejeitada na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece). Os restos mortais de Castelo Branco não estão mais no mausoléu há meses.
o Povo