Em operação realizada pela Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (22), foram indiciadas 27 pessoas por conta do desvio de R$40 milhões de recursos públicos da saúde feitos através de uma Organização Social (OS) contratada pelos municípios de Embu das Artes, Itapecerica da Serra, Hortolândia, São Vicente e Cajamar, todos do estado de São Paulo. A operação ficou conhecida como “Operação Contágio” e tinha entre os suspeitos médicos que trabalhavam para a OS.

Segundo a PF, a investigação durou cerca de 2 anos e ouviu mais de 40 pessoas. Com a deflagração do caso, dois médicos foram indiciados e estão presos, contudo, outros dois profissionais da saúde estão foragidos. A ordem de prisão preventiva foi expedida pelo Tribunal Regional Federal da 3a região. Com a detenção, diversos pedidos de habeas corpus, para a soltura dos indiciados, foram negados pelo Supremo Tribunal de Justiça.
Dentre os crimes cometidos pelos médicos e outros indiciados estão organização criminosa, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, superfaturamento em fornecimento de medicamentos, fraude em licitação e uso de documento falso. A constituição da OS também foi através de documentação fraudulenta, permitindo com que fosse contratada por diversos municípios.
Presidida por um veterinário de 28 anos, a organização era controlada por vários médicos.
De acordo com a Polícia Federal, os integrantes sacaram cerca de R$20 milhões em espécie e tiveram escolta armada de um guarda civil e sua esposa. O dinheiro arrecadado pela associação criminosa era transferido para outras empresas e também usado para reformas de imóveis pessoais e compras luxuosas.
No ato da PF, foram apreendidos R$700 mil em espécie no endereço dos alvos. Além disso, boa parte do dinheiro estava escondido em um bunker da associação.
Texto por Vitor Siqueira