Lúcio Alcântara afirma que Bolsonaro erra contra se próprio no combate à pandemia

Blog do  Amaury Alencar
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“Ele é contra uma política do Governo dele. Vai entender isso, não tem sentido”, disse o ex-governador do Ceará. Foto: ALECE.




O político Lúcio Alcântara, que o comandou o Governo do Estado do Ceará entre 2003 2006, destaca como importante  para sua vida pública a contribuição dada na formulação da Constituição Federal de 1989. ”Houve uma eclosão de democracia que convergia para a Constituinte. Eu me empenhei muito. Exerci na plenitude o meu mandato”, afirmou.

Acerca da situação pandêmica enfrentada pelo país, Alcântara pontuou: ”Acho que o presidente Bolsonaro erra gravemente, inclusive, contra ele próprio. Quem é que manda a vacina para os Estados? É o Governo Federal. Quem é o Governo Federal? É ele. E ele é contra a vacina. Ele é contra uma política do Governo dele. Vai entender isso, não tem sentido“, opinou o ex-governador.

Lúcio foi entrevistado pelo programa Conexão Assembleia, apresentado pela jornalista, Kézya Diniz, nesta segunda-feira (25). O médico, ex-governador do Ceará e ex-senador, conversou sobre o cenário político atual na esfera local e nacional.

Hoje presidente do Instituto do Câncer do Ceará, instituição que teve seu pai como um dos fundadores, Lúcio Alcântara revelou os impactos da COVID-19 na prevenção e no tratamento do câncer no Estado ”Quando se perde um intervalo de tempo entre o aparecimento do câncer e o tratamento, ele deixa de ser curável. Isso acontece até em tempos normais, quando a burocracia protela a chegada ao Instituto. A pandemia teve esse efeito maléfico, no caso do câncer. Mas, de uma maneira geral, as pessoas diminuíram a frequência ao médico e os exames laboratoriais. Até porque alguns hospitais ficaram lotados de casos de Covid”, assinalou.

Na carreira pública, Lúcio já ocupou os cargos de governador do Ceará, vice-governador, secretário de Saúde, prefeito de Fortaleza, deputado federal e senador da República. Ao detalhar como se deu o seu retorno ao PSDB, após dez anos filiado ao PR, relembrou os bastidores da disputa eleitoral em que concorreu à reeleição, em 2006, sendo derrotado por Cid Gomes ainda em 1º turno, mesmo apresentando uma boa avaliação de seu governo.

”As relações políticas são muito volúveis, muito instáveis. Se fazem numa eleição e se desfazem em outra. Você tem que ter um mínimo de lealdade ao companheiro, ao ex-companheiro. Ao voltar para o PSDB, atendi a um pedido do Roberto Pessoa. Não fui teimoso e aceitei. Eu queria suprimir um mal-estar que ainda subsistia entre o Tasso (Jereissati) e eu. Voltar ao PSDB foi uma maneira de dizer que acabou. Mas sem nenhuma pretensão eleitoral”, garantiu.

Além de sua atuação como político, Lúcio Alcântara tem uma vasta produção intelectual, com mais de 40 obras publicadas. É titular da cadeira 26 da Academia Cearense de Letras e participou do programa Os Colecionadores, do Núcleo de Documentários da TV Assembleia, com uma coleção de mais de 20 mil publicações.

Fonte: ALECE.

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