Hospitais do Cariri têm o menor índice de ocupação de leitos de UTI Covid durante a segunda onda da pandemia

Blog do  Amaury Alencar
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Foto: Fátima Holanda/Divulgação

A macrorregião de Saúde do Cariri registra, desde a semana passada, as menores taxas de ocupação de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) durante a segunda onda da pandemia. O índice, que era superior a 90% desde março, manteve uma média de 73% nos primeiros 15 dias de julho e atingiu o menor percentual desde março, com 61% nesta segunda-feira (19/07). Hospitais como o Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, São Francisco, em Crato, e Santo Antônio e São Vicente, em Barbalha, contabilizam queda na ocupação de UTIs. Os dados demonstram que a vacinação surte efeitos para a redução dos indicadores da pandemia. O cenário de redução, no entanto, não significa que a pandemia está controlada: os novos registros de infecção pelo novo coronavírus e as mortes por covid-19 ainda causam preocupação às autoridades sanitárias e de saúde na região.


A taxa de ocupação está vinculada à quantidade de pacientes em tratamento contra a covid-19 em hospitais da região. Atualmente, existem 94 UTIs ativas na região do Cariri, 60 das quais estão com pacientes em tratamento. A demanda por leitos era maior no ápice da pandemia, em maio e junho. No quinto mês, existiam 147 UTIs ativas e 132 ocupadas e no sexto mês haviam 148 disponíveis e 144 com pacientes. O Hospital Regional do Cariri, que chegou a ter todas as 73 UTIs ocupadas no final de maio e 63 das 68 com pacientes no final de junho, registra uma demanda em queda e até alcançar a marca de 35 pessoas internadas nesta segunda-feira (19), a menor quantidade desde março. Contexto semelhante ocorre com outros hospitais, como o São Francisco, em Crato, o São Vicente e o Santo Antônio, em Barbalha, e o Hospital Geral de Brejo Santo, cuja demanda por tratamento contabiliza uma diminuição considerável.


Médica e pneumologista pediátrica com atuação em Juazeiro do Norte, Kaline Cristh afirma que o cenário de redução é resultado do avanço da vacinação no Cariri. “Mesmo com a circulação viral ainda alta no país, temos visto menos casos de morte, principalmente na faixa etária dos idosos ou nos portadores de comorbidades. E isso, sim, pode ser traduzido com um dos reflexos da vacinação. Porque esse grupo, a maioria já recebeu, senão todos, a segunda dose da vacina. Então tem uma imunização mais efetiva”, considera. Ela alerta, entretanto, para a necessidade de que as medidas de prevenção contra o coronavírus sejam mantidas.


“Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, a questão do relaxamento do uso de máscara, principalmente, foi efetivada a partir do momento que eles atingiram mais de 50% da população vacinada e que tem baixo nível de circulação viral. O que não é o nosso caso. E ainda temos o perigo das variantes. Embora a maioria das vacinas tenha efetividade também para esses grupos variantes, muitos deles ainda não conhecemos bem. Então, não só a população do Cariri, como de todo o Brasil, temos que manter, ainda, os cuidados, porque a pandemia ainda não acabou”, argumenta Kaline Cristh.


Mesmo com a diminuição dos indicadores já retratados pelo Jornal do Cariri em edições anteriores, é importante salientar que 41 pessoas morreram em decorrência da covid-19 nos primeiros 15 dias de julho, somente em Crato (três mortes), Juazeiro do Norte (23 óbitos) e Barbalha (15). Na sexta-feira (16), o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), afirmou que acompanha a queda nos índices de casos e óbitos, bem como o ritmo de vacinação no Estado. “Reforço que, para evitarmos retrocesso nesta queda dos índices, é preciso seguir respeitando as regras sanitárias, como evitar aglomerações e sempre usar a máscara”. O governador também comentou que mantém as ações para ampliar a vacinação. As declarações foram dadas no mesmo dia em que o Ceará ultrapassou a marca de cinco milhões de pessoas vacinadas com a primeira dose e recebeu mais 176 mil doses de imunizantes. “Esse lote nos permitirá avançar no processo de imunização dos cearenses”, destacou Camilo.


Fonte: Jornal do Cariri

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