A trajetória vitoriosa do servidor Oliveira Neto no esporte

Blog do  Amaury Alencar
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A série “Avançando Juntos”, do Governo do Ceará, compartilha a história do preparador físico e servidor Oliveira Neto, um exemplo de dedicação às pessoas e ao esporte


Desenvolver as potencialidades que cada pessoa tem. Essa é uma das características da atuação profissional do preparador físico e servidor público Francisco de Oliveira de Neto, de 47 anos. Ele escolheu o esporte como instrumento para servir à sociedade, tornando-se inspiração para atletas e profissionais de diversas áreas.

Oliveira Neto, como prefere ser chamado, atua nas ações e programas da Secretaria do Esporte e Juventude do Ceará (Sejuv), aplicando os mesmos princípios que o transformaram em referência na preparação de atletas do vôlei de praia para competições internacionais, como jogos Pan-Americanos e Olimpíadas.

Neto conta que o esporte entrou em sua vida quando era criança e frequentava uma pracinha que ficava perto de casa. “Foi ali onde eu aprendi a jogar vôlei, vendo as pessoas jogarem, entrando naquele grupo com pessoas mais velhas, e aí nasceu aquela paixão. Na escola, tive a oportunidade de ter um grande profissional [de educação física], e ele me levou para o vôlei competitivo”, conta Oliveira, que já foi atleta de vôlei do clube Náutico Atlético Cearense.

Na juventude, Oliveira Neto tentou cursar Informática e Administração, mas desistiu para priorizar a formação no curso de Educação Física na Universidade Federal do Ceará. Anos depois foi aprovado no concurso da Secretaria de Educação do Ceará (Seduc), para atuar como educador físico na rede estadual de ensino. A carreira de preparador físico começou no futebol, mas, em 2003, um convite transformou sua trajetória.

“O pessoal do vôlei sabia que eu estava fazendo essa parte da preparação física, e as pessoas começaram a me convidar para participar de algumas equipes. E aí, trabalhei como auxiliar técnico em algumas equipes do vôlei, até que entrei no vôlei de praia em 2003. É, de lá para cá, não saí mais. São mais de 17 anos vivendo um ambiente competitivo de alto rendimento”, afirma.


Trajetória vitoriosa

O início de Oliveira Neto no vôlei de praia foi, também, o começo de uma década importante para a modalidade no Brasil. Em 2003, Oliveira foi preparador físico dos atletas Larissa França e Luiz Júnior Corrêa (Luizão), medalhistas nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, na República Dominicana. Depois, o treinador ingressou na parceria formada por Larissa e Juliana Silva. “Fortaleza sempre teve uma tradição muito grande no vôlei de praia, e a gente deu continuidade a esse ciclo. Depois de Shelda, Franco e Roberto e Márcio, veio a Larissa e Juliana. Foi uma trajetória vitoriosa”, destaca.

O início de Oliveira Neto no vôlei de praia foi, também, o começo de uma década importante para a modalidade no Brasil
 

A primeira conquista de Juliana e Larissa veio em 2004, com vice-campeonatos do Circuito Mundial e Brasileiro. Juntas, elas se tornaram bicampeãs pan-americanas, com o 1° lugar nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2007, e Guadalajara, em 2011. Estiveram nas Olimpíadas de Pequim, em 2008. Também tornaram-se campeãs mundiais em 2011. A consagração da dupla veio em 2012, com a conquista da medalha de bronze das Olimpíadas de Londres e do heptacampeanato do Circuito Mundial.

Ao longo da parceria, que terminou em 2012, Juliana e Larissa acumularam participações em diversos torneios e campeonatos, somando mais de 100 títulos e inúmeras medalhas. Oliveira Neto acompanhou tudo de perto, sendo responsável por prepará-las para os caminhos de areias escaldantes que as conduziram à solidez do pódio.

“A chegada ao alto rendimento é um caminho muito duro e longo. É um projeto de longo prazo que passa pela identificação do talento e desenvolvimento pessoal. É uma construção do atleta, mas também da pessoa. Transformar potencial em resultado é o trabalho que nós fazemos no Ceará no vôlei de praia”, explica.

Nos anos seguintes, o servidor também atuou na preparação da nova, e também vitoriosa, parceria da Larissa com Talita Antunes. Fez parte da equipe que revelou as atletas cearenses Carolina Horta e Rebecca Silva. Carolina conquistou medalha de bronze dos Jogos Pan-Americanos de Toronto (2015) e de Lima (2019). Já Rebecca Silva está classificada para as Olimpíadas de Tóquio 2020, com início marcado para o próximo dia 23 de julho por conta da pandemia da Covid-19.

Com inúmeros campeonatos e vitórias no currículo, Oliveira revela que o esporte também possibilita memórias tão valiosas quanto as medalhas conquistadas. “O vôlei de praia me deu esse presente, de poder construir projetos vitoriosos e aprender todas essas coisas no decorrer desse caminho. Essa relação vai muito além do treinador-atleta, é um emaranhado de relacionamentos. A família participa. Pessoas próximas dos atletas e dos treinadores participam de todo esse processo”, disse o treinador, que também é pai de duas filhas.


Inclusão esportiva no pódio

Na Sejuv, Oliveira é responsável pela formação de novos treinadores

A experiência com a formação de pessoas dentro e fora das quadras foi decisiva para integrar o preparador físico nas políticas públicas de incentivo ao esporte no Ceará. Em 2010, o servidor foi cedido pela Seduc para a Secretaria do Esporte do Ceará (Sesporte), atual Sejuv.

“Logo cedo, eu entendi que treinar fisicamente e tecnicamente não era suficiente para levar alguém para o alto rendimento. A gente tinha que ter outras competências para isso, passando pelo processo de desenvolvimento humano, de fortalecimento das relações, captação de recursos, estruturação de equipe multidisciplinar e relacionamentos institucionais”, esclarece.
Seu objetivo é compartilhar conhecimentos para que professores e treinadores desenvolvam práticas esportivas com excelência

Na Sejuv, Oliveira é responsável pela formação de novos treinadores, inclusive para as Areninhas, equipamentos que compõem uma política de inclusão esportiva desenvolvida pelo Governo do Ceará. “O professor e o treinador continuam sendo a parte mais importante desse processo. Se ele não é capaz de fazer uma prática qualificada, não adianta eu ter muito recurso, atender muitos jovens, se eu não tenho as pessoas com as condições necessárias para desenvolver aquela prática com excelência”, ressalta.

O servidor considera que é fundamental compreender que o esporte pode acompanhar uma pessoa da infância à fase adulta. “Esse jovem que hoje está na Areninha, que faz parte do “Esporte em 3 Tempos”, ou de qualquer outro programa governamental, daqui a pouco ele vai deixar de ser criança e vai passar a ser um adolescente, e depois vai ser um adulto jovem. Ele pode continuar jogando ou se tornar um árbitro, professor ou voluntário na comunidade. É muito importante ter essa visão do caminho percorrido dentro da prática esportiva, como elemento de inclusão social, desenvolvimento humano, promoção da saúde e agregador e motivador”, detalha.

Um percurso que Oliveira Neto conhece bem, e, segundo ele, exige muita dedicação. Nesse caminho, o treinador percebeu que existem sete princípios que podem orientar qualquer pessoa na busca pelo alto rendimento em projetos pessoais e profissionais: conhecimento, foco, motivação, planejamento, trabalho em equipe, verdade e gratidão.
Para Oliveira Neto, o esporte pode acompanhar uma pessoa da infância à fase adulta
 
Na vida do treinador, esses princípios se transformaram em resultados, inspiração e orgulho. “Sempre senti que as pessoas que trabalham comigo se orgulhavam muito disso. Não era Oliveira que estava lá [nas competições]. Na realidade, estavam todos os professores de educação física do Ceará e todos os servidores públicos também”, compartilha.

Atualmente, o servidor também é instrutor de vôlei de praia da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) e aluno do mestrado em Fisioterapia e Funcionalidade na UFC. Além disso, Oliveira também atua como mentor de atletas e outros profissionais.

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