Lula intensifica articulações para 2022 com autoridades em Brasília

Blog do  Amaury Alencar
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Em Brasília pela primeira vez desde que retomou seus direitos políticos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se lançou numa ofensiva para as eleições de 2022 que avança inclusive sobre aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Desde segunda-feira (3), o petista tem tido conversas em um hotel na capital federal, a apenas três quilômetros do Congresso. Ele vem falando não apenas com nomes mais à esquerda do espectro político.
Nesta quarta-feira (5), recebeu o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Nesta quinta (6), tem encontro marcado com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Maia chegou ao hotel pouco antes das 9h e teve uma conversa de quase duas horas com Lula. O deputado e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, devem deixar o DEM e ingressar no PSD. Os dois, inclusive, têm uma conversa na sexta-feira (7) para discutir a mudança de sigla.

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Logo após a conversa com Maia, Lula recebeu Kassab, que entrou e saiu do hotel longe dos olhos dos jornalistas. “Lula deixou claro que é candidato à Presidência e disse que vai procurar todas as lideranças, independentemente do partido político”, relatou Kassab, a quem Lula disse estar costurando um projeto para o Brasil. Segundo Kassab, Lula quis ouvir sua avaliação sobre economia e combate à pandemia. Kassab disse ao petista que a situação é preocupante, mas afirmou que a posição do PSD em relação ao governo é de “independência colaborativa”.


O presidente do PSD, partido que ocupa o Ministério das Comunicações com Fábio Faria, disse a Lula que a sigla terá candidato próprio à Presidência e ao governo de pelo menos 14 estados. O posicionamento de Kassab, que foi ministro das Cidades no governo Dilma Rousseff (PT) e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações no governo Michel Temer (MDB), é visto como uma tentativa de se consolidar como alternativa de centro para o Palácio do Planalto, além de postergar para o ano que vem qualquer decisão sobre o lado que tomará na eleição.
Além de nomes do PT e dos já citados, Lula já conversou também com os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES), Kátia Abreu (PP-TO), Jader Barbalho (MDB-PA) e Weverton Rocha (PDT-MA), os deputados Alessandro Molon (PSB-RJ) e Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Freixo e o ex-senador Eunício Oliveira (MDB-CE).


Pacheco
A visita a Pacheco, nesta quinta-feira, tem ares de institucional, mas acontece em um momento delicado da relação entre o senador e a família Bolsonaro. Filho do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) criticou duramente Pacheco por ter instalado a CPI da Covid durante a pandemia. “Rodrigo Pacheco está errando, está sendo irresponsável, porque está assumindo a possibilidade de durante os trabalhos dessa CPI acontecerem mortes de senadores, assessores, morte de funcionários, porque em algum momento a sessão vai ter que ser presencial”, afirmou Flávio na sessão inaugural da colegiado.

Além disso, líderes de partidos de centro passaram a estimular o nome de Pacheco na corrida ao Planalto. Embora o senador negue a intenção de concorrer à sucessão de Bolsonaro, a cúpula do DEM e líderes de partidos como o PSD o enxergam como potencial candidato e passaram a ventilar a hipótese nos bastidores.

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