Para Cid Gomes, ampliar CPI ou criar outra, serve para gerar confusão. Tramitação no Senado

Blog do  Amaury Alencar
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Posicionamento de Cid se deu logo após informação feita por Eduardo Girão de que havia conseguido 33 assinaturas para incluir governadores e prefeitos. Foto: Agência Senado.














O senador Cid Gomes (PDT) é defensor da instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Governo Federal durante a administração de recursos no combate à pandemia do novo coronavírus no Brasil.

No entanto, o parlamentar demonstrou ser contrário a ampliação do fato principal da investigação ou de criação de um novo colegiado com foco em governadores e prefeitos.

Em resposta à tentativa do senador Eduardo Girão (Podemos) de ampliar a investigação da CPI do Senado, Cid Gomes disse que o Inquérito “não é brincadeira” e tentar ampliar, sem limites, o objeto da comissão, “como na CPI do fim do mundo ou criar outra, serve para desviar do fato principal e gerar confusão”.

Eduardo Girão afirmou, na manhã desta segunda-feira (12), que conseguiu coletar 33 assinaturas para instalação de CPI também investigando a administração dos recursos no combate à pandemia por governadores e prefeitos brasileiros. “Há uma comissão para ser instalada, estamos atentos”, disse Cid Gomes sobre a ação do senador do Podemos.

Leitura do pedido da CPI

A leitura no Plenário do Senado do requerimento, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), de criação da CPI da Covid está prevista para esta terça-feira (13). O documento pede a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia e o colapso da saúde no estado do Amazonas no começo do ano.

Entretanto, alguns senadores propõem que as investigações alcancem também os governos estaduais, distrital e municipais, o que pode ocorrer com a ampliação das investigações ou até com a criação de outra comissão.

O senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) protocolou requerimento junto à Mesa Diretora do Senado pedindo a ampliação do escopo da CPI da Covid. Ele quer que a comissão investigue também atos praticados por agentes políticos e administrativos dos estados, do Distrito Federal e dos municípios “na gestão de recursos públicos federais destinados a custear as políticas sanitárias adotadas com o objetivo de combater a pandemia da covid-19 e seus efeitos”.

“Garantimos a abertura da CPI da Covid e agora apresentamos o pedido para ampliar o seu escopo, incluindo os atos praticados por governadores, prefeitos e outros agentes administrativos. É preciso apurar a verdade em todas as esferas. Quem não deve não teme!”, escreveu Alessandro Vieira no Twitter.

Já o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) quer a criação de uma CPI para investigar não só o governo federal, mas também os governos dos demais entes federados.

“Conseguimos! Já são mais de 34 assinaturas até o momento! Reunimos o número de assinaturas suficientes para protocolar uma CPI abrangendo União, estados e municípios. Espero que a verdade venha à tona, quem tá devendo vai ter que se justificar e quem errou vai ter que ser punido”, publicou Girão no início da tarde desta segunda-feira (12).

Por sua vez, o senador Roberto Rocha (PSDB-MA) avisou que vai apresentar requerimento para que seja criada uma CPI mista, ou seja, uma Comissão Parlamentar de Inquérito com participação de senadores e deputados federais. Ele pede que essa comissão mista investigue possíveis irregularidades no uso de recursos federais por estados, Distrito Federal e municípios no combate à pandemia.

As propostas foram recebidas com apoios de alguns senadores e críticas de outros.

Para o líder da minoria no Senado, senador Jean Paul Prates (PT-RN), o desempenho dos governo estaduais e municipais pode ser investigado pelas respectivas assembleias legislativas e câmaras municipais.

“A União é responsável por distribuir as verbas orçamentárias para todos os entes da federação. Se aconteceram irregularidades na destinação ou mesmo na aplicação desse dinheiro, é preciso apurar tudo. Se o governo federal não fez nada de errado, não há o que temer, bem como os gestores estaduais e municipais que fizeram uso dessas verbas. Uma CPI não é um bicho de sete cabeças.  Além de ter o papel de investigar, ela pode contribuir com propostas de médio e longo prazo para o enfrentamento da covid-19 no país. Vamos ter que conviver com esse vírus e as consequências e as sequelas da covid-19 durante muito tempo”, afirmou.

Pelo Twitter, os senadores Luiz do Carmo (MDB-GO), Elmano Férrer (PP-PI), Flávio Arns (Podemos-PR), Jorge Kajuru (Cidadania-GO) e Ciro Nogueira (PP-PI) afirmaram apoiar a inclusão dos governos subnacionais entre os investigados.

“A CPI é necessária para investigar as inúmeras denúncias de atos que colocaram o Brasil neste caos que estamos vivendo”, afirmou Arns.

Ciro Nogueira, por sua vez, argumentou que “neste momento grave deveríamos estar totalmente empenhados em garantir socorro aos brasileiros e não desviar desse foco com CPIs. Mas já que a comissão deve ser instaurada, que façamos uma investigação completa”.

Em contraponto a essa posição, os senadores Fabiano Contarato (Rede-ES), Cid Gomes (PDT-CE) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foram às redes sociais defender que cabe às assembleias legislativas investigar possíveis irregularidades nos governos estaduais.

Cid Gomes afirmou que ampliar a CPI da Covid ou criar outra comissão “serve para desviar do fato principal e gerar confusão”. Ele também ressaltou que “CPI não é brincadeira; há uma comissão para ser instalada, inclusive com determinação do STF”.

Para Randolfe Rodrigues, o presidente da República está tentando interferir na instalação da CPI da Covid. “Não vamos perder de vista: as assembleias estaduais podem investigar as ações dos governadores. O Congresso se dedica aos desvios federais! No Amapá, já há pedido de CPI pelos deputados”, destacou Randolfe.

Com informações da Agência Senado.

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