Cariri: 1º dia de reabertura do comércio tem ruas cheias e lojas vazias

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Por LUCIANO CESáRIO

Lojas do centro comercial de Juazeiro do Norte tiveram baixa movimentação de clientes nesta segunda-feira, 12 (Foto: Luciano Cesário)
Lojas do centro comercial de Juazeiro do Norte tiveram baixa movimentação de clientes nesta segunda-feira, 12 (Foto: Luciano Cesário)

O primeiro dia de reabertura gradual das atividades econômicas na Região do Cariri, Sul do Ceará, teve lojas vazias e vendedores parados à espera de clientes. Com o fim do lockdown, parte do comércio não essencial voltou a funcionar nesta segunda-feira, 12, após 29 dias de fechamento. Em Juazeiro do Norte, maior polo do comércio de rua do interior, a reabertura levou dezenas de pessoas ao centro da cidade, mas o movimento dentro dos estabelecimentos comerciais ficou aquém do esperado pelos lojistas.

Na Rua São Pedro, principal ponto de comércio popular na Terra do Padre Cícero, nem todas as lojas autorizadas a funcionar pelo novo Decreto reabriram as portas. O POVO esteve no local e constatou intensa movimentação de pessoas nas calçadas e trânsito fluindo com maior lentidão do que nos dias de isolamento social rígido. A procura no comércio, no entanto, se manteve tímida ao longo do dia. Quem passava pelas vitrines, até parava nas lojas para conferir preços, mas nem sempre o interesse resultava em compra.

O empresário Garcia Custódio, 38, proprietário de uma loja de confecções, diz que no seu estabelecimento as vendas caíram pela metade na comparação com o primeiro dia da reabertura econômica do ano passado, ocorrida em 03 de agosto (no Cariri). “Acredito que essa diminuição foi motivada pela ausência do auxílio emergencial, que começou a ser pago há poucos dias, mas num valor bem menor do que em 2020. Sem dinheiro no bolso, as pessoas não têm como comprar”, pontua.

Juazeiro do Norte teve trânsito intenso no primeiro dia de reabertura gradual do comércio

Juazeiro do Norte teve trânsito intenso no primeiro dia de reabertura gradual do comércio (Foto: Luciano Cesário)


 O baixo faturamento no primeiro dia pós-lockdown já era esperado pela vendedora Larissa Santos. Na loja de calçados onde ela trabalha, no centro de Juazeiro, a procura foi baixa . “Infelizmente, já era de se esperar. É um momento difícil e as pessoas estão priorizando comprar alimentos. Calçados vêm depois. A gente vê que tem muitas pessoas na rua, mas a procura dentro da nossa loja tá muito pequena”, afirmou.

Para driblar os prejuízos e atrair o interesse dos clientes, Larissa conta que a loja tem apostado nas promoções e queimas de estoque. “A gente já colocou 50% de desconto na maioria dos produtos, mesmo assim o efeito não foi o esperado. Acho que vamos precisar baixar (o preço) mais porque se continuar assim não vai vender quase nada”, lamenta a vendedora.

A presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro do Norte, Zenilda Sena, prevê um cenário otimista para as próximas semanas. Ela acredita que as vendas no varejo irão aumentar progressivamente à medida que o horário de funcionamento do comércio seja ampliado. “Hoje estamos autorizados a funcionar de 10h às 16 horas, ainda não é o ideal, mas com a ampliação desse horário, nos próximos decretos, acreditamos que o movimento volta a aumentar”, pontua, acrescentando ainda que os lojistas devem estudar estratégias para impulsionar as vendas no dia das mães, segunda data mais importante do ano para o varejo.

Crato

Na segunda maior cidade do Cariri, a reabertura também foi tímida. Nas principais vias do centro comercial do Crato visitadas pelo O POVO, o movimento no trânsito era bem maior do que a procura dentro das lojas. Assim como em Juazeiro, vários estabelecimentos também apostaram no fator promoção, com descontos que variavam de 30% a 60%. Mas a redução de preços, na maioria dos casos, não foi suficiente para chamar a atenção dos clientes.

Comerciante Moésio Muniz, do Crato, relata baixo faturamento no primeiro dia de reabertura da economia no Ceará
Comerciante Moésio Muniz, do Crato, relata baixo faturamento no primeiro dia de reabertura da economia no Ceará (Foto: Luciano Cesário)


Moésio Muniz, proprietário de uma loja de artigos eletrônicos localizada na Rua Santos Dumont, área central da cidade, contou que o movimento de clientes no seu estabelecimento caiu cerca de 80% na comparação com o período pré-lockdown. “O fluxo é muito baixo. Entra alguém de trinta em trinta minutos e nem sempre compra. Lembro que antes eu chegava a atender várias pessoas ao mesmo tempo, nem se compara com hoje”, declarou o comerciante.

Indicadores em alta

Embora o isolamento social tenha sido flexibilizado pelo Governador Camilo Santana (PT), o número de pessoas contaminadas pela Covid-19 não para de crescer na Região do Cariri, que já soma 89.792 casos confirmados e 1.766 mortes causadas pela doença, de acordo com dados da plataforma IntegraSus, atualizada às 9h16 desta segunda-feira.

Os dados ainda apontam que a Regional de Saúde do Cariri, formada por 45 municípios, é a terceira do Estado com o maior número de óbitos por Covid-19 em 2021. Foram 513 mortes registradas desde janeiro, número inferior ao das Regionais de Sobral (679) e Fortaleza (3.521).

                  o Povo 

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