O senador Tasso Jereissati (PSDB) afirmou ser favorável a uma possível candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a eleição presidencial do próximo ano. Nesta segunda-feira, 8, o petista se tornou elegível, após o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), anular todos os processos envolvendo Lula, no âmbito da força-tarefa de Curitiba.
Em entrevista ao portal El País, Tasso considerou que o Brasil precisa de “uma grande lição de democracia” na próxima disputa presidencial, com a participação de “todas as correntes ideológicas”. Ele ponderou, no entanto, como a decisão monocrática de Fachin pode repercutir em outros casos também conduzidos pela Lava Jato, como a do empreiteiro Marcelo Odebrecht.
"Tem uma série de processos contra réus confessos que serão anulados? É uma dúvida. Eu não sei como o brasileiro médio vai enxergar isso. Para os profissionais do Direito, pode ficar claro. Mas para a população em geral, não. Como seria no caso de um ladrão de galinha, por exemplo?", questionou o parlamentar.
Na última semana, Jereissati aumentou a pressão para que a conduta do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na crise da Covid-19 seja investigada por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). "Não é nem para punir, mas é para pelo menos parar essa insanidade. Por ser presidente da República, (Bolsonaro) não pode conclamar a população inteira a correr risco de morte sem nenhum tipo de punição", considerou em entrevista ao Estadão.
O pedido ganhou força após as cenas de aglomerações ocasionadas pela visita do presidente ao Ceará, no dia 26 de fevereiro. Para Tasso, no entanto, a pauta não deve caminhar para um pedido de impeachment de Bolsonaro. "Acho que o impeachment vai criar uma crise sem tamanho. E, outra coisa, ele tem seguidores. Vai piorar a coisa”, pontuou.
O povo