A visita de 17 governadores à fábrica da União Química, em Brasília, que começará a produzir a vacina russa Sputnik V em solo brasileiro, irritou o ministro da Saúde Eduardo Pazuello e foi a gota d’água para o presidente Bolsonaro partir para o ataque. “Vão comprar vacina na casa da mãe”, disparou o presidente irritado.
A pressão dos governadores aumentou, a partir da evolução da pandemia, lotando hospitais e sem perspectiva da vacina. “Não tem vacina no mundo”, disparou Bolsonaro, após Pazuello ter prometido vacinas para imunizar os brasileiros até dezembro, mas recuado em seguida.
O movimento dos governadores pode ter um desdobramento que o presidente Bolsonaro não aceita: a possibilidade dos governos estaduais e municipais de flexibilizarem o Plano Nacional de Imunização, passando a comprar e vacinar a população , sem a obrigatoriedade de colocar as vacinas no PNI.
O ministro da Saúde, general Pazuello está provocando uma reunião com o consórcio de prefeitos, que já reúne quase dois mil prefeitos das maiores cidades do país, representando cerca de 150 milhões de pessoas. O consórcio pretende comprar vacinas.
Roberto Moreira