Com namoro proibido na adolescência, casal tem reencontro após 62 anos e passa a morar junto

Blog do  Amaury Alencar
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Quanto tempo pode durar um amor? Para seu Olavio Oliveira da Silva, de 85 anos, e dona Antônia Rodrigues Mineiro, de 79, uma vida inteira. O casal se conheceu há 62 anos, em 1958, em um evento da igreja na cidade de Mombaça, no interior do Ceará. Foi amor à primeira vista, mas que foi interrompido após o pai de dona Antônia não aprovar o relacionamento por achar que ela seria "nova demais". Depois de mais de seis décadas separados, o amor dos dois resistiu ao tempo e eles voltaram a se reencontrar em setembro de 2020.

"Quando ela passou, eu olhei, ela olhou assim para trás, eu olhei para ela. Aí depois eu passei para o banco da frente. Aí fiquei olhando ela assim de longe. Aí foi amor à primeira vista. Não teve mais como segurar", explica seu Olavio sobre o momento em que descobriu o amor por dona Antônia, que na época tinha apenas 15 anos e, mesmo tendo insistido, não teve a aprovação do pai ao relacionamento.
"Veio meu pai e disse: 'não, muito criança. Ela vai estudar. Se formar. Não vou permitir que ela se case'. Eu disse para o meu pai: 'olha, se eu não me casar com ele, eu não caso com mais ninguém'. Aí eu selei o destino, né", conta dona Antônia, que mesmo tendo tido um companheiro ao longo dos anos longe de seu Olavio, cumpriu com a promessa e nunca se casou.

'Aceita recomeçar de onde nós paramos?'

Olavio ficou no Ceará trabalhando como marceneiro. Ele se casou, teve seis filhos e hoje é divorciado. Dona Antônia estava morando em São Luís do Maranhão. Depois de 62 anos longe um do outro, os dois se reencontraram pela internet.

"Ele ligou, no dia seguinte, bem cedo. Aí disse: 'oi, tudo bem?' "tudo bem". 'Eu queria saber: você aceita recomeçar de onde nós paramos?'. Eu falei: 'nossa!'. Aí eu falei: 'aceito sim'", relata dona Antônia.

Para o reencontro pessoalmente acontecer, ainda foi preciso esperar mais alguns meses devido à pandemia de Covid-19. "E a família, alguns familiares ficaram assim: 'meu deus, mas nessa idade, vai casar?'". Em setembro do ano passado, finalmente, o casal se reencontrou, após dona Antônia deixar a cidade onde morava e vir ao Ceará.

"Quando ela chegou, que ela pisou na porta do aeroporto, que eu parei aqui, ela olhou para mim, eu olhei para ela, nós demos dois passinhos na frente, aí nos encontramos. Passamos mais ou menos uns... foi fração de segundos. Nós ficamos se olhando, aí foi que eu fui até ela, aí dei um abracinho nela, sem exagero", conta seu Olavio, sem conseguir esconder a felicidade.

'Eu me senti um adolescente'

Depois do reencontro, os dois já passaram a morar juntos. Hoje vivem em uma casa simples na cidade de Pentecoste, no Ceará, em plena área rural, lugar onde o que não falta é natureza e privacidade para recuperar o tempo perdido. "Foi um mês todinho de namoro direto, sem parar. Era em todo canto: era no banheiro, era debaixo das plantas, nas folgas das plantas, em todo canto nós namorando. Eu estou dizendo que eu me senti um adolescente", expõe seu Olavio, aos risos. (Do G1-CE / Fotos: Isabel Brandão/Arquivo pessoal)

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