Abrasel afirma que só 32% dos bares e restaurantes têm condições de se manter abertos no Ceará

Blog do  Amaury Alencar
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A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE) emitiu nesta sexta-feira (19), um estudo alarmante para o setor de bares e restaurantes no Estado. Segundo eles, apenas 32,4% dos estabelecimentos afirmam que querem continuar operando e que têm condições para isso. Isto representa apenas um m terço de proprietários dos empreendimentos do setor, tendo os demais afetados pelas medidas de isolamento social aplicadas pelo Estado, no chamado “lockdown”, para conter o avanço da pandemia no Ceará.

O levantamento da Abrasel entrevistou 213 empresários no período de 15 á 16 de março de 2021 e constatou ainda que 45,1% dos bares e restaurantes querem se manter abertos, mas não têm condições financeiras. Outro dado apontado é o de que 7% devem fechar os negócios nos próximos dias, enquanto 9,9% afirmam já terem encerrado as atividades.

Com a hipótese de prorrogação das medidas de isolamento social até 1º de abril, 71,4% das empresas que responderam o questionário deverão fechar. Um dos principais custos para o setor neste momento, segundo o presidente da associação, Taiene Righetto, é o custo da folha de pagamento – despesa que 41,3% responderam não ter como pagar no próximo vencimento e que já está em atraso para 34,7%.

O setor, segundo Righetto, está na expectativa do retorno do Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda (BEm), que permite a suspensão de contratos de trabalho e redução de jornadas para poder arcar com os custos.

“E eu tive notícia recente que o projeto de suspensão de jornada que sairia hoje, não vai sair mais. Parece que o presidente Bolsonaro não concordou com o projeto do ministro Paulo Guedes de que o fundo que financiará o projeto virá do seguro-desemprego. Infelizmente a ajuda federal não vem na velocidade que o setor começa a ruim. É desesperador”, disse Taiene.

Dados da pesquisa

  • 76,1% das empresas já não possuem mais recursos para pagamento dos funcionários;
  • 76% não dispõem de recursos para pagamento das contas de energia elétrica;
  • 61% não conseguirão pagar as contas de água, ou já possuem débitos;
  • 78,4% não conseguem honrar o aluguel, ou já estão em dívida;
  • 65,7% estão em atraso ou não mais pagarão os seus fornecedores, com agravante que destes 25,4% já estão impossibilitados de realizarem novas compras.

A questão financeira parece ser a principal questão das empresas do setor nesse momento. Ao todo, 84% das empresas estão sem condições de realizar o pagamento de tributos federais, enquanto 77,5% afirmou não conseguir pagar os impostos estaduais. O pagamento dos tributos municipais foi apontado como dificuldade por 70% das empresas.

Demissões

Outro dado apontado pela pesquisa é que 87,8% das empresas que responderam o questionário, entre bares e restaurantes, já tiveram de demitir funcionários durante a pandemia. Desse total, 72,9% dos negócios desligaram até 50% dos colaboradores.

Com relação ao mercado de trabalho, outra previsão negativa apontada é de que 84,5% das empresas deverão realizar novas demissões nas próximas semanas. Ao todo, 63,3% dos empresários disseram que precisarão demitir até 30% de todos os funcionários, enquanto 36,7% deverão demitir mais de 50% dos colaboradores.

“Fica registrada nossa contribuição com dados sobre o panorama atual dos mais de 20 mil bares, restaurantes, similares e microempreendedores individuais que empregavam cerca de 120 mil pessoas antes da pandemia, e que movimentam desde o agricultor familiar até as indústrias de alimentação e bebidas no Estado do Ceará, com intuito de gerar informação de qualidade na demonstração evidente do quadro caótico e na necessidade urgente de medidas para a retomada pela sobrevivência e reparação do setor de alimentação fora do lar”, disse Righetto.

“Em relação ao Estado, eu acho que o Governo entendeu o tamanho do problema do nosso setor e como ele é importante para a economia do Ceará, e a ajuda que ele podia dar, ele deu. A gente achava que, com as ajudas do Estado, aliada ao apoio federal, poderíamos dar mais suporte ao setor, mas a ajuda federal não veio”, completou.

                                    Badalo 

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