Paleontólogos da URCA participam de equipe de brasileiros pioneira na descoberta do fóssil de lagostim na Antártida

Blog do  Amaury Alencar
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 Um novo fóssil de lagostim da Antártida foi encontrada pela primeira vez por brasileiros. A equipe que fez a descoberta contou com a participação de pesquisadores da Universidade Regional do Cariri (URCA), do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, junto de paleontólogos do Museu Nacional do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade do Contestado e da Universidade Federal do Espírito Santo.

Paleontólogos da URCA participam de equipe de brasileiros pioneira na descoberta do fóssil de lagostim na Antártida

                           Foto > Divulgação / Paleontar 

A espécie Hoploparia echinata foi encontrada em 2016, na Ilha James Ross, localizada na Península Antártica, em expedição realizada pelo projeto PALEOANTAR, financiado pelo Governo Federal. Estima-se que o animal viveu no Período Cretáceo, durante o Campaniano, há cerca de 75 milhões de anos.

O anúncio da descoberta foi feito nesta quinta-feira (13), durante uma coletiva de imprensa virtual. A equipe tinha cerca de 35 pessoas envolvidas, sendo que nesta situação, sete pesquisadores foram a campo, contando com o apoio de dois alpinistas.

Foram três representantes do Cariri que participaram desta pesquisa. No total, são cinco paleontólogos vinculados a URCA que são do projeto.

Para o diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, Allysson Pinheiro, é um orgulho tremendo que pesquisadores de uma universidade interiorana esteja vinculada a uma pesquisa tão importante. “A gente trabalha arduamente para fazer ciência de qualidade, quando a gente consegue um resultado expressivo como esse, estamos num fortalecimento da pesquisa. Também tem pesquisa de qualidade nas universidades do interior, o que as vezes falta é um poucos de apoio dos governos”, enfatizou Allysson.

Os pesquisadores explicam que a tipologia do nome se traduz da seguinte forma:

Hoplo – Armadura

Parios – Bochecha

Echinatus – Espinhosos

O nome é referente à característica espinhosa das pernas e terceiros maxilípedes. Essa estrutura espinhosa é uma das principais características de se difere das outras espécies da Hoploparia. A atribuição ao gênero se dá especialmente pela ornamentação da carapaça, que possui um padrão de sulcos, espinhos e carenas bem definidos.

Os pesquisadores acreditam que o animal, semelhante a outros lagostins, deveria cavar tocas e ser um predador de emboscadas, por causa de sua pinça. Essas pinças, grandes e fortes, podiam ser usadas inclusive para capturar peixes. Além disso, a pinça espalmada e ampla, facilitava a escavação de sua toca.

Foto: Divulgação/PALEONTAR

“Possivelmente esse animal não vivia em grandes comunidades, até porque os lagostins são normalmente animais territorialistas. Eventualmente eles podem conviver, como na época da reprodução ou quando se alimentam de carcaças disponíveis no fundo do oceano. São interpretações ecológicas a partir do material coletado, das suas formas morfológicas e do ambiente onde o material foi encontrado”, explica William Santana, pesquisador visitante da URCA.

De acordo com a pesquisadora Juliana Sayão, o material foi coletado pela equipe que participou da expedição e devido o Cariri ter especialistas em pesquisa de fósseis de crustáceos, eles encaminharam para o Cariri. “A parte laboratorial foi toda realizada pelos componentes da equipe que são da URCA, tendo em vista que eles já têm experiência no tipo de pesquisa no qual se encaixava o fóssil de lagostim”, disse Sayão.

O material ainda está no Cariri, mas será enviado para o Museu Nacional do Rio de Janeiro, onde eles ainda vão estudar estrategicamente como ficará exposto. Durante a coletiva, o professor Alexander Kellner afirmou que uma representação de como seria o lagostim será enviada ao Cariri, para ficar em exposição no Museu de Paleontologia. 


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