Curva epidemiológica está caindo e hospitais respiram

Blog do  Amaury Alencar
A chamada curva epidemiológica atingiu nível semelhante ao visto nos primeiros dia de pandemia no Ceará, em meados de março. O gráfico que representa a atividade do vírus vem traçando um caminho decrescente, mesmo com vários municípios já em fase de reabertura de comércios e outros estabelecimentos comerciais.
Os números de casos diários estão em plena frenagem. A média registrada entre o último sábado (25) e ontem foi de 139, o que representa somente 4,4% do índice alcançado no pico da epidemia no Estado, no dia primeiro de junho, quando 3.156 novas ocorrências foram contabilizadas. Já o total acumulado é de 171.565 infectados pela covid-19.
O território governado por Camilo Santana amarga a estatística de 7.664 óbitos causados pelo Sars-CoV-2, com taxa de letalidade em 4,5%. Porém, ao mesmo tempo, os indicadores de pessoas que se recuperaram da doença chinesa continua crescendo e, até a noite de ontem, 143.959 indivíduos já tinham sido contabilizados nessa lista.
Tecnologia
Com o cenário da rede de saúde cearense preocupando as autoridades, e por conta das restrições de deslocamentos prescritas pelos decretos de isolamento social do Governo do Ceará, foram necessárias as criações de ferramentas que pudessem permear o resultado positivo da curva epidemiológica sem aumentar o risco de contaminação para os médicos e para seus pacientes com outras enfermidades diferentes do novo coronavírus.
Uma das tecnologias aplicadas foi a adição do serviço de Telemedicina à Central de Regulação do Estado (Corac). A plataforma, que completa um mês, auxilia médicos do Interior na tomada de decisões e já realizou 125 discussões de alta complexidade feitas online. O serviço, que acontece por meio de videochamadas, tem, como objetivo, aprimorar a assistência aos doentes internados em hospitais públicos.
“O serviço de TeleUTI que estamos viabilizando na Central de Regulação é um porto seguro que dá suporte aos profissionais de saúde que estão no interior e podem precisar de orientação para discutir o caso do paciente e melhorar a qualidade do serviço nas UTIs. Também nos mostra um panorama desses serviços e passa a ser essencial para o nosso diagnóstico, nossos planejamentos e na formação dos profissionais que estão no interior”, diz o orientador da Célula de Regulação do Sistema de Saúde da Sesa, Luiz Guilherme Pinheiro.
Para o médico intensivista, César Pontes, esse primeiro mês das videochamadas em UTI foi uma experiência única, por permitir fazer o melhor molde para cada local. “Sabemos como funciona uma UTI em Fortaleza, que tem tudo, e deparamos com realidade diferente no interior. A força de vontade dos profissionais de saúde é importante nesta interação. Depois da reunião, deixamos o celular à disposição, caso o médico ainda tenha dúvida”.
Lotação
Em todo o Ceará, algumas unidades ainda operam no limite máximo de ocupação, mas as vagas já não são escassas como há algumas semanas, quando o Estado passava pelo pico da epidemia. A média geral de lotação nas unidades de saúde que tratam pacientes com o novo coronavírus, no território cearense, é de 64,18% para Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Para as vagas em enfermarias, a situação é ainda mais promissora, já que apenas 40,34% dos leitos ativos estão com doentes.
Esses mesmos índices, na Fortaleza, são de 62,72% em UTIs e 46,12% em unidades de assistência não intensiva. Os dados que o Governo do Ceará emite, a partir de boletins no sistema virtual IntegraSUS, apontam que o interior do Estado está com um bom número de vagas disponíveis.