Pelo menos quatro remessas de cinco toneladas de amêndoas de caju desembarcam ainda neste ano na Europa saindo do município de Pacajus. O contrato anual avaliado em R$ 1 milhão envolve a Central de Cooperativas Copacaju e o Mercado Justo europeu. Ao todo, a Copacaju é responsável pela geração de mais de 900 postos de trabalho distribuídos em 22 associações, cooperativas e institutos. Para o mercado nacional, a cooperativa espera comercializar outros R$ 3 milhões em produtos da agricultura familiar.O investimento do Projeto São José no arranjo produtivo foi de R$ 19,2 milhões.
“As nossas fábricas estão paradas por conta da pandemia e, hoje, estamos comercializando o nosso estoque para atendermos os contratos com os nossos clientes”, comenta o presidente da Copacaju, Raimundo Pereira da Silva. Segundo ele, os cooperados são agricultores e filhos de agricultores e têm permanecido no campo. Caso precisem de sair de casa, são orientados a usar máscara e álcool em gel e obedecer todas as recomendações das autoridades em saúde.
A amêndoa da Copacaju segue um rigoroso controle de qualidade. O produto passa por pelo menos 20 etapas diferentes de classificação, desidratação, descanso, umidicação e um corte suave para que a amêndoa não saia danificada. Além disso, cada um dos colaboradores recebe pelo menos um salário mínimo e não é permitida, em nenhuma das etapas da produção, a mão de obra escrava, o trabalho infantil, o uso dos agrotóxicos e as queimadas.
“As vendas não diminuíram e estão com uma perspectiva de aumentar, porque estamos negociando a entrega do nosso produto também em Portugal”, acrescenta Raimundo. “Com o investimento realizado pelo Governo do Ceará, estamos garantindo inovação, ciência e capacidade de produção para acessarmos mercados consumidores com um alto valor agregado”, destaca o secretário do Desenvolvimento Agrário, De Assis Diniz.