O preço médio da gasolina nos postos de
combustíveis em Fortaleza sofreu mais uma queda e está R$ 4,53, enquanto
o diesel chegou a R$ 3,78. Há pelo menos um mês os valores caem, depois
que foi iniciada a desvalorização do barril de petróleo no mercado
internacional. Na Capital, os preços da gasolina e do diesel recuaram em
média 2,64% e 1,63%, respectivamente. A expectativa é que isso, aliado à
baixa demanda nos postos de combustíveis da Capital devido ao período
de quarenta contra o novo coronavírus, a gasolina fique mais barata nos
próximos dias.
O especialista no setor de petróleo e gás, Bruno
Iughetti, observa que o movimento de queda já era esperado pela
Petrobras em razão do preço do petróleo cru no mercado internacional. A
partir de agora, avalia, o consumidor vai observar um novo patamar no
preço dos combustíveis, já que o valor se desvalorizou no nível de quase
30 anos atrás.
"A Petrobras está fazendo o seu papel, reduzindo os
preços, e vejo que ainda tem um colchão para reduzir. O repasse deve ser
muito positivo ao consumidor final, mas não no mesmo ritmo de
desvalorização do mercado internacional do petróleo", afirma.
Somente neste ano, as desvalorizações dos combustíveis
nas refinarias chegaram a -29,1% para o diesel e -30,1% para a gasolina.
Bruno repassada integralmente aos consumidores por outros fatores que
compõem o cálculo do valor da gasolina, como impostos, biodiesel e
álcool na composição do combustível e margem de lucro do varejo.
Mesmo com a redução, o consumo nos postos caiu
drasticamente nos últimos dias, após o decreto do governo estadual
determinando o fechamento de grande parte do comércio e serviços do
Ceará. O assessor de Economia do Sindipostos, Antônio José Costa, diz
que a queda nas vendas tem sido "muito altas", sem falar em percentual,
algo que deverá ser calculado hoje.
Sobre as mudanças no mercado internacional, diz que
"acontecendo um fato novo, com mudanças de preços no mercado
internacional, pode haver mudança na bombas".
O economista e membro do Conselho Regional de Economia
do Ceará (Corecon-CE), Vicente Férrer, destaca que as sucessivas quedas
de preço aliado ao coronavírus geram pressão nos empresários do setor de
varejo de combustíveis, "pois antes da intensificação desse movimento
de vírus os proprietários de postos devem fazem com que essa redução
realmente aconteça".
Vicente ainda destaca o momento atípico vivido pela
sociedade. "Propõe uma reflexão, pois com a queda do preço do petróleo,
se falou que poderia haver quebra das grandes empresas de refino. Mas a
queda de combustível em toda história se refere à redução de preços das
cadeias econômicas".
o Povo