Em entrevista ao deputado Eduardo Bolsonaro
(PSL-SP), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro,
defendeu a redução da maioridade penal para 16 anos para crimes
“gravíssimos”. O vídeo de quase 26 minutos foi publicado como estreia do
programa do filho de Jair Bolsonaro (sem partido) no YouTube no último
sábado, 15. Na entrevista, o deputado questiona Moro sobre outros temas
polêmicos como a flexibilização de armas e o documentário Democracia em
Vertigem.
No trecho em que Moro se mostra favorável à
redução da maioridade penal, primeiramente Eduardo questiona os projetos
que o ministro tem em mente para a segurança pública em 2020. O
deputado cita como exemplo a redução “que tá lá parada no Senado”.
Após citar a aprovação do Pacote Anticrime no último
ano como uma vitória, Moro afirma estar discutindo o envio de projetos
mais pontuais ao Congresso Nacional. “A questão da maioridade penal,
existe uma proposta de emenda no Senado que está realmente parada. Eu, a
princípio, sou simpático à redução da maioridade para 16 [anos] para
crimes gravíssimos”, afirmou o ministro.
Eduardo, que é defensor da redução assim como o pai,
demonstrou satisfação com o posicionamento do ex-juiz. “Está aí uma boa
oportunidade para a gente retomar essa bandeira que é mais uma que a
população pede muito para nós nas ruas”, disse.
O canal recém-criado na
plataforma de vídeos do deputado contava com mais de 380 mil inscritos
até o fechamento desta matéria.
Armas de fogo e redução dos homicídios em 2019
Em outro momento da entrevista, Eduardo perguntou se
Moro enxergava associação entre a queda no número de homicídios no País
no ano passado e a flexibilização da posse de armas de fogo.
Moro se esquivou da questão dizendo que é difícil
definir as causas “que levam ao incremento da violência assim como as
causas que levam à diminuição” e desconversou afirmando que a
"flexibilização provavelmente não levou ao incremento, mas também não se
pode dizer que levou a uma diminuição".
Democracia em Vertigem
Ao ser interrogado sobre o documentário Democracia em
Vertigem, da cineasta Petra Costa, Moro confessou não ter assistido até a
indicação ao Oscar. Eduardo Bolsonaro primeiro opinou dizendo que
“aquilo beira a ficção”.
A seguir, o ministro pontuou que está claro que a obra é
feita a partir de uma perspectiva específica. “Para um documentário,
acho que ela presta um desserviço aos fatos porque é uma visão deturpada
daqueles acontecimentos”, acrescentou. Para Moro, o impeachment da
ex-presidente Dilma Rousseff e a operação Lava Jato, da qual esteve à
frente como juiz, “tiveram um maciço apoio da população brasileira.”
O ministro chegou a afirmar também que a Lava Jato, o
impeachment e a eleição de Jair Bolsonaro foram movimentos distintos.
“Claro que existe um contexto, no qual o presidente foi eleito. O
impeachment não tem nada a ver com a eleição do presidente Bolsonaro,
são coisas dissociadas”, declarou.
o Povo