Em 2019, houve uma redução de 50% nos índices
dos chamados Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Na categoria,
estão inseridos homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios e lesões
corporais seguidas de morte. Em 2018, foram 4.518 casos, número que caiu
para 2.257 em 2019. Em um ano, foram 2.261 mortes a menos.
Até então, o melhor balanço havia sido registrado em 2009, quando ocorreram 2.262 CVLis.
A taxa por 100 mil habitantes também é a menor em dez
anos. Em 2019, esse valor foi de 24,7 por 100 mil habitantes. Em 2018,
esse número era de 49,8 por 100 mil habitantes. O indicador também caiu
pela metade em um ano.
Outro número divulgado pela Secretaria de Segurança
Pública e Defesa Social (SSPDS) em entrevista coletiva na manhã desta
terça, 7, foi o índice de resolutividade dos inquéritos policiais. Eles
investigam mortes provocadas por crimes violentos.
Em 2019, a porcentagem foi de 39,7% - superior à taxa
de 2018
, quando 27,2% dos crimes foram elucidados. A média nacional
desse índice se aproxima dos 9%. O número faz o Ceará ter um dos maiores
índices de elucidação de homicídios do Brasil.
André Costa, titular da SSPDS, ressaltou que o aumento
do índice aconteceu devido a um acréscimo de 50% do efetivo da Polícia
Civil. Ele ainda lembrou do maior número de delegacias do Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que passou de cinco para 12, e
a criação de núcleos de investigação de homicídios no Interior, em
cidades como Sobral, Maracanaú, Itapipoca e Juazeiro do Norte.
“A gente tenta cada vez mais tratar a segurança pública
de forma científica, deixando de lado os achismos. É preciso analisar e
entender os dados para manter as ações que têm contribuído para a
redução e realinhar aquelas que não estão trazendo os resultados que a
gente deseja”, pontuou o secretário.
O 12° mês de 2019 registrou uma redução de 37,5% de
crimes violentos, com 205 casos - no ano anterior foram 328 no mês de
dezembro.
Interior Norte e Região Metropolitana foram as regiões
com as maiores retrações. A primeira apresentou 46,7% a menos, passando
de 60 crimes para 32. Já a segunda, com taxa de redução de 45,6%, teve
uma queda de 114 mortes para 62.
Na Capital, a retração foi de 42,1%, indo de 95 para 55. No Interior Sul, a queda foi de 5,1%, diminuindo de 59 para 56.
Presente na coletiva, Aloísio Lira, representante
da Superintendência de Pesquisa e Estratégia de Segurança Pública do
Estado do Ceará (Supesp) comentou como técnicas científicas têm
colaborado com a área de Segurança Pública. Segundo Aloísio, esse
resultado vem sendo construído desde 2017, com a adoção de uma política
de ciências policiais.
Ou seja, a decisão de trazer a Academia para o lado da
Segurança tem impactado de forma definitiva a forma como os crimes estão
sendo lidos no Ceará, conforme Lira. "Junto com a SSPDS, observar quais
os problemas do dia a dia e, a partir disso, traçar diagnósticos e
tomar decisões pautadas em dados. Hoje, temos uma gestão voltadas a
dados. Não é uma novidade no mundo, mas no Brasil é uma coisa inovadora.
Isso faz com que a gente tenha uma gestão muito mais precisa",
explicou.
o povo