Prefeito de Granjeiro, o empresário João Gregório Neto (PL), conhecido como João do Povo, foi assassinado nesta terça-feira, 24, véspera de Natal. A vítima, de 54 anos, levou três tiros no início da manhã enquanto caminhava no entorno do açude Junco. Nas últimas três décadas, pelo menos outros três prefeitos foram mortos durante o mandato no Ceará.
João do Povo era investigado pela Polícia Federal (PF),
no âmbito da Operação Bricolagem, que investigava fraudes em
licitações. Em 2018, a PF informou ele havia movimentado mais de R$ 26
milhões em uma conta de um familiar que era beneficiado por
aposentadoria rural. Na casa da então prefeito, a PF encontrou R$ 213
mil escondidos em caixas de sapato.
Almir Dutra (1987), Maracanaú
Eleito o primeiro prefeito de Maracanaú em 1984, Almir
Dutra, ex-vice-prefeito de Maranguape, foi assassinado em fevereiro de
1987, quando estava em uma churrascaria comemorando o casamento de um
amigo. O acusado de ser o mandante do crime foi o então vice-prefeito,
José Raimundo. Tasso Jereissati, governador do Ceará à época, determinou
intervenção no município que resultou no afastamento de José Raimundo
do cargo. Dez anos depois, ele foi condenado e preso pela morte de
Dutra.
Antônio Gaudêncio (1996), Irauçuba
Em 1996, o prefeito de Irauçuba, Antônio Gaudêncio de
Anário Braga, foi encontrado morto a cerca de 10 km da sede do
Município, num local conhecido como Fazenda Costa. Ele morreu com um
tiro na boca dentro do próprio carro. Gaudêncio vinha sendo acusado de
irregularidades administrativas. A investigação considerou possibilidade
de homicídio ou suicídio.
João Jaime (1998), Acaraú
João Jaime Ferreira Gomes Filho, então prefeito de
Acaraú, foi morto a tiros aos 53 anos em 8 de maio de 1998, em
Fortaleza. Seis anos antes, o médico fez uma gravação em fita cassete
acusando os primos Aníbal Gomes, Manoel Duca da Silveira, o Duquinha, e
Amadeu Ferreira Gomes Filho, conhecido como Amadeuzinho, de assassinarem
o empresário Afonso Fontes, que disputaria o cargo de deputado federal
em 1986 com Aníbal.
Dois pistoleiros, Francisco de Assis Mendes Barbosa e
André de Castro Neves Feitosa, cumpriram pena de 15 e 17 anos,
respectivamente, pelo crime. Inquérito policial concluiu que a dupla
tinha ligação com os primos do prefeito.
o Povo