Manifestantes realizaram protesto no último
domingo, 15, em frente à pizzaria Tuttipasta, no Crato (Região do
Cariri), após repercussão de áudio em que o dono do local faz
declarações contra homossexuais. “Tem que acabar com viado, matar esses
viados tudim (sic)”, diz o empresário na gravação. Durante ato na Praça
da Sé, um carro de som reproduzia o áudio com as declarações do
empresário Francisco das Chagas Farias Martins. Houve ainda
um "beijaço coletivo" como forma de protesto.
No áudio, Francisco ainda afirma que antes de Bolsonaro
“não podia mais falar nada” sobre homossexuais. “Você não podia mais
falar nada. Se visse alguém aqui na rua se beijando, dois machos se
beijando, e só olhasse, já tavam 'o que que foi?'. Vai fazer hoje... Vai
dar no meio da rua pra ver, entra na peia (sic)".
Ele ainda afirma que o Brasil se transformaria "em uma
Venezuela" caso Lula estivesse no governo. “O que o Bolsonaro fez aqui
em oito meses, se o Lula ficasse mais 30 anos ele não ia fazer”,
afirmou.
Em nota divulgada após a repercussão do áudio,
Francisco das Chagas afirmou que o ocorrido foi um "gesto de brincadeira
impensado" e que não tem nenhum preconceito. "Peço desculpas e perdão a
toda sociedade do Crato, espero do fundo do meu coração que possam me
entender e deixo minhas sinceras desculpas", disse.
Nas redes sociais, a Associação Caririense pela
Diversidade e Inclusão (Acedi) publicou nota de repúdio à manifestação
do empresário, citando a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que criminaliza a homofobia,
além de afirmar que declarações de ódio a LGBTs merecem repúdio por
toda a sociedade.
"Entendemos que se trata de um caso de homofobia nos
termos desta citação da decisão do Supremo Tribunal Federal, podendo se
enquadrar nos termos do artigo 20 da lei nº 7716/1989. Praticar, induzir
ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião
ou procedência nacional", declarou em nota.
O Povo