A Polícia Federal deflagrou na manhã desta
quarta, 21, a 63ª fase da Operação Lava Jato, chamada Carbonara Chimica,
para investigar a suspeita de pagamentos periódicos indevidos a dois
ex-Ministros de Estado por parte da Odebrecht. A ação apura crimes de
corrupção ativa e passiva, além de lavagem de capitais.
Agentes cumprem dois mandados de prisão temporária
contra Maurício Ferro, ex-diretor jurídico do grupo e cunhado de Marcelo
Odebrecht, e Newton de Souza, também ex-executivo empreiteira.
Cerca de 40 Policiais Federais participam da ação e
cumprem ainda 11 mandados de busca e apreensão em São Paulo e na Bahia.
As ordens foram expedidas pela 13ª Vara Federal de Curitiba, no Paraná.
A Justiça Federal determinou ainda o bloqueio de R$ 555 milhões dos investigados.
A Polícia Federal indicou que o nome da operação remete
aos codinomes dos investigados na planilha da Odebrecht - "Italiano" e
"Pós-Itália". O primeiro se referia a Antonio Palocci e o segundo a
Guido Mantega, ex-ministros dos governos Lula e Dilma ao fato de que os
investigados eram identificados como "Italiano" e "Pós-Itália", havendo
ainda correlação com a atividade desenvolvida por uma das empresas
envolvida no esquema.
Segundo a PF, o pagamento da propina tinha como
objetivo, entre outras coisas, a aprovação de Medidas Provisórias que
instituiriam um novo refinanciamento de dívidas fiscais e permitiriam a
utilização de prejuízos fiscais das empresas como forma de pagamento
(Refis da Crise - MPs 470/2009 e 472/2009).
Os valores eram contabilizados em uma planilha denominada "Programa Especial Italiano".
De acordo com a PF, há indícios de que parte dos
valores indevidos teria sido entregue a um casal de publicitários como
forma de dissimulação da origem do dinheiro.
Os presos serão levados para a sede da PF em São Paulo,
e posteriormente transferidos para a Superintendência do Paraná, onde
serão interrogados, indicou a corporação.
Agência Estado