O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reúne-se hoje e amanhã para definir a taxa básica de juros (Selic) que valerá nas próximas seis semanas. São amplas as condições que justificam uma redução da taxa. É difícil encontrar, entre os especialistas, quem espere a sua manutenção. A esmagadora maioria, quase a unanimidade, aposta na queda. As divisões estão no tamanho do corte, se 0,25 ou 0,50 ponto percentual, situando a Selic em 6,25% ou 6% respectivamente. Em qualquer dos casos, será o mais baixo nível da taxa das últimas quatro décadas.
De fato, não há pressões inflacionárias no horizonte. As expectativas do mercado apontam para um IPCA em torno de 3,8% este ano, abaixo da meta para a inflação estabelecida pelo Conselho Monetário para 2019 (4,25%). Nesse campo, graças ao comportamento dos principais indicadores macroeconômicos relevantes e da ação do Banco Central, as expectativas estão ancoradas, como se diz no jargão do mercado financeiro e de consultorias.
Não há pressões pelo lado do câmbio. Nos últimos dias, a taxa de câmbio ficou abaixo de R$ 3,80 por dólar norte-americano. O Federal Reserve, o banco central americano, dá sinais de que deve iniciar amanhã um ciclo de baixa de sua taxa básica. Isso prenuncia ambiente de depreciação do dólar, cuja consequência poderá ser a valorização da moeda brasileira, salvo a ocorrência de fatores de pressão, que não estão no radar neste momento. Tudo isso, ajuda no controle da inflação.
Por último, a ociosidade da economia, tanto na capacidade produtiva quanto no emprego da mão de obra, permite que o Banco Central conduza a política monetária com o objetivo de estimular a economia, sem riscos inflacionários.

(Veja)