
O agronegócio do Ceará encerrou o penúltimo mês do ano com resultados históricos. Levantamento coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico (SDE), por meio da Secretaria Executiva do Agronegócio, aponta que as exportações dos principais segmentos do setor alcançaram US$ 453,3 milhões, crescimento de 21,96% em relação ao mesmo intervalo de 2024. O desempenho consolida a retomada da pauta exportadora cearense, impulsionada por produtos agroindustriais e extrativistas com forte inserção no mercado internacional.
O avanço foi liderado por cadeias produtivas nas quais o Ceará exerce protagonismo nacional e internacional. A castanha de caju apresentou o crescimento mais expressivo, com alta de 88,84% e exportações que somaram US$ 66,9 milhões. Com esse resultado, o estado passou a responder por mais de 94% das exportações brasileiras de amêndoas de caju, beneficiado pela recuperação dos preços no mercado internacional e pela elevação da demanda, sobretudo nos Estados Unidos e na Europa. O desempenho reforça a importância histórica do produto para a economia cearense e sua relevância na geração de renda no interior do estado.
Destaques
Outros segmentos também registraram resultados robustos. O setor de frutas exportou US$ 95,7 milhões, avanço de 31,86%, com destaque para melões e melancias destinados a mercados consolidados como Países Baixos, Reino Unido e Espanha. A cera de carnaúba, produto símbolo do extrativismo cearense, alcançou igualmente US$ 95,7 milhões, crescimento de 35,91%, mantendo o Ceará como principal exportador nacional, com participação de 74% nas vendas do país. Já o setor de pescados totalizou US$ 93,4 milhões até novembro, tendo a lagosta como principal item da pauta, com os Estados Unidos como maior destino.
Para a SDE, os resultados refletem uma estratégia consistente de fortalecimento da competitividade do setor. Segundo o secretário executivo do Agronegócio, Silvio Carlos, o governo estadual tem como prioridade garantir que o bom desempenho no comércio exterior se traduza em emprego e renda para produtores e trabalhadores do interior. Ele destaca que a atuação institucional em feiras e missões comerciais tem sido decisiva para ampliar mercados e atrair investimentos. Em 2025, a secretaria participou de eventos internacionais como Fruit Logistica, Fruit Attraction Madri, Missão Chile e Missão Internacional ABID Espanha, além de agendas nacionais voltadas à inovação, irrigação, gestão de água e sustentabilidade.
A política de atração de investimentos e interiorização do desenvolvimento também apresentou resultados expressivos. Entre os empreendimentos destacados está a implantação da Oboya Substratos, empresa chinesa instalada em Itapipoca, especializada em insumos e soluções automatizadas para a horticultura. Por meio do Conselho de Desenvolvimento Econômico (Condec), o estado firmou protocolos de intenções com 80 empresas em 2025, com potencial de gerar mais de 11.950 empregos diretos e investimentos superiores a R$ 10,3 bilhões em regiões como Cariri, Centro-Sul e Ibiapaba. Outro exemplo relevante é a chegada da empresa Itaueira ao distrito de São João do Aruarú, em Morada Nova, com atividades voltadas ao cultivo de melancia e melão. Os investimentos superam R$ 80 milhões.