
A intensificação das compras de fim de ano, impulsionada pelo pagamento do 13º salário e pela proximidade do Natal, aquece o comércio e amplia as oportunidades de consumo, especialmente no ambiente digital. No entanto, o período também é marcado pelo aumento expressivo das tentativas de golpes financeiros, que se aproveitam da pressa dos consumidores e do volume elevado de promoções para aplicar fraudes e roubar dados pessoais e bancários.
Criminosos intensificam a oferta de falsas promoções, geralmente com preços muito abaixo da média de mercado e justificativas como “queima de estoque” ou “últimas unidades”. Segundo o especialista em cibersegurança Fernando Corrêa, CEO da Security First, esse tipo de abordagem busca explorar o senso de urgência do consumidor. “Os golpes pegam carona nos resquícios da Black Friday, tentando oferecer algum produto com preço muito menor, alegando final de estoque”, afirma.
Entre as fraudes mais recorrentes neste período está a criação de sites falsos que imitam, com alto grau de fidelidade, páginas de grandes varejistas. Nessas plataformas fraudulentas, o consumidor realiza o pagamento, mas o produto jamais é entregue. Corrêa alerta que o prejuízo vai além da compra inexistente. “Um criminoso realizará a venda de um produto inexistente, podendo utilizar os dados do cartão do cliente para outras compras, normalmente contas pequenas para não atrair a atenção do cliente na fatura”, explica.
Para reduzir os riscos, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) orienta que consumidores evitem clicar em links recebidos por e-mail ou SMS, prática comum em golpes que simulam ofertas imperdíveis ou notificações falsas de compra. A entidade também recomenda cautela diante de abordagens que pressionam para um pagamento imediato, sob a justificativa de não perder a oportunidade. Preços muito abaixo da média de mercado devem ser encarados como sinal de alerta.
No comércio eletrônico, a Febraban sugere o uso do cartão virtual para compras online e, no caso do Pix, que o pagamento seja realizado exclusivamente dentro do ambiente oficial da loja virtual. Já nas compras presenciais, a orientação é que o próprio cliente passe o cartão na maquininha, confira o valor antes de digitar a senha e proteja o código de segurança. Após a transação, é importante verificar se o cartão devolvido é realmente o seu, evitando trocas indevidas em momentos de distração.
Quando o consumidor percebe que foi vítima de um golpe, a recomendação é agir rapidamente. Fernando Corrêa orienta o bloqueio imediato do cartão utilizado na transação e o contato com o banco para tentar o estorno, especialmente em compras feitas no crédito. A Febraban esclarece que cada instituição financeira possui políticas próprias de análise e ressarcimento, baseadas na avaliação individual de cada caso, considerando as evidências apresentadas pelo cliente e os dados das transações.
Além de comunicar o banco para que sejam adotadas medidas adicionais de segurança, como o bloqueio de aplicativos e senhas de acesso, o consumidor deve registrar um boletim de ocorrência. A combinação de prevenção, atenção aos sinais de fraude e resposta rápida após o golpe é apontada por especialistas como essencial para reduzir prejuízos financeiros e evitar novos crimes.
Como se proteger de golpes
1 Use o cartão virtual para compras online
2 Se pagar Pix, faça dentro do ambiente oficial da loja virtual
3 Para compras presenciais, passe você mesmo o cartão na maquininha
4 Confira o valor antes de digitar a senha e proteja o código de segurança
5 Após a transação, é importante verificar se o cartão devolvido é realmente o seu, evitando trocas indevidas em momentos de distração.