
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assina nesta quarta-feira (13) uma MP (medida provisória) com crédito de R$ 30 bilhões para empresas prejudicadas pelo tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.
A taxa de 50% foi anunciada por Trump em 9 de julho e começou a valer na última quarta (6). A princípio, a tarifa seria aplicada a todos os itens do Brasil comprados pelos EUA. No entanto, ao oficializar a medida, o republicano deixou 694 produtos de fora do tarifaço.
Segundo o petista, o valor definido é “só o começo”. “Você não pode colocar mais se você não sabe quanto é”, ponderou.
“Vai ser uma política de crédito, que a gente está pensando em ajudar sobretudo as pequenas empresas — o pessoal que exporta tilápia, frutas, mel e outras coisas, as empresas de máquinas. As grandes têm mais poder de resistência", acrescentou Lula, em entrevista à rádio Band News.
O presidente informou que a medida também vai abordar compras governamentais e itens produzidos pelo Brasil.
“Vai ter conteúdo nacional também, nas coisas que fabricarmos aqui. Porque vamos garantir a sobrevivência das empresas brasileiras, como eu acho que todos os outros países vão fazer um sacrifício enorme para sobreviverem as empresas deles”, observou.
Lula destacou que, mesmo com a nova linha de crédito, o governo segue empenhado em abrir mercados.
“Eu acho que vai ser extremamente importante, para que a gente possa mostrar que ninguém vai ficar desamparado por conta da taxação do Trump. Vamos cuidar dos trabalhadores dessas empresas, procurar achar outros mercados para essas empresas. Estamos mandando a lista dos produtos que a gente vendia para os EUA para outros países”, acrescentou o presidente brasileiro, ao afirmar que “ninguém larga a mão de ninguém”.
O líder brasileiro disse esperar dialogar diretamente com Trump sobre o tarifaço, embora não tenha dado previsão de quando a conversa deve ocorrer. As negociações do Brasil com os EUA são chefiadas, por determinação do petista, pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
“Eu espero que algum dia eu possa encontrar com o presidente Donald Trump e conversar como dois seres humanos civilizados, como deve ser a relação entre dois chefes de Estado”, afirmou, ao relembrar a convivência que manteve com o ex-presidente norte-americano George W. Bush nos mandatos anteriores. Bush, assim como Trump, é do Partido Republicano.
“Portanto, não é da parte do Brasil que você tem qualquer empecilho na conversação com os EUA. Nem com os empresários, nem com os políticos, ressaltou Lula.
R7