O estudo do Ministério dos Transportes para acabar com a obrigatoriedade de aulas em autoescolas para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) gera impacto para 15 mil empresas e 300 mil trabalhadores do segmento em todo o Brasil. Desse total, 5.000 empregos estão no Ceará, que tem 359 empresas credenciadas no Detran.
O vice-presidente do Sindicato das Autoescolas do Ceará, Alisson Maia, destaca, em entrevista ao Jornal Alerta Geral, que o setor recebeu com certo estarrecimento o estudo anunciado pelo Ministério dos Transportes, defende que é importante a redução de custos, mas, em primeiro lugar, deve estar a educação no trânsito.
CUSTOS EMBUTIDOS
Segundo Alisson, o custo em uma autoescola, para quem quer tirar uma carteira de moto, chega a R$ 1.100, incluindo 45 aulas teóricas e 20 aulas práticas, além de R$ 565,00 em taxas do Detran. Para condutores de carro, o treinamento sai por R$ 1.250,00, além das taxas pagas ao Detran.
Alisson considera que o debate deve avançar, mas pondera que a educação no trânsito não pode ser tratada como moeda política, nem com populismo. Na conversa com os jornalistas Luzenor de Oliveira e Beto Almeida, Alisson Maia fala sobre o risco do aumento no número de acidentes com motoristas e condutores que não recebem a orientação e as aulas antes da emissão da CNH.
AULAS E AUTOESCOLA OPCIONAL
A proposta prevê que os candidatos possam se preparar de forma independente, sem frequentar instituições credenciadas, o que, segundo o governo, reduziria os custos do processo de habilitação. No entanto, especialistas em trânsito, segurança viária e educação criticam duramente a iniciativa, alertando para os riscos de colocar nas ruas motoristas sem o devido preparo técnico e psicológico.
IMPACTO DEVASTADOR NO SETOR
A categoria teme que, caso o projeto avance, haja um impacto devastador no setor e na segurança pública. Entidades ligadas à segurança no trânsito ressaltam que a formação teórica e prática supervisionada é essencial para reduzir acidentes, especialmente entre condutores iniciantes.
Para os especialistas, flexibilizar essa exigência enfraquece a cultura da responsabilidade no trânsito e representa um retrocesso nos avanços obtidos com a profissionalização da formação de motoristas.
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