Sérgio Rolim em foto atual e na época das primeiras instruções criminais. (Foto: Reprodução)
Na madrugada desta sexta-feira (4), o ex-bancário Sérgio Brasil Rolim, condenado a 150 anos de prisão por estupros e assassinatos de mulheres na região do Cariri, foi transferido do presídio de segurança máxima conhecido como “Tourão”, em Juazeiro do Norte, para Fortaleza, onde passará a cumprir regime semiaberto.
Sérgio ficou conhecido nacionalmente como o líder do temido “Escritório do Crime do Cariri”, uma organização criminosa responsável por uma série de crimes brutais cometidos entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000. Ele foi condenado por pelo menos sete homicídios qualificados e múltiplos estupros, que chocaram o estado do Ceará e marcaram a história criminal da região.
Histórico de um dos casos mais brutais do Ceará
Preso em 2002, Rolim foi descrito por investigadores e promotores como um criminoso frio, meticuloso e calculista. Os crimes eram praticados com requintes de crueldade e foram investigados por anos até sua prisão e condenação definitiva. Além das provas materiais e perícias, os relatos das famílias das vítimas e sobreviventes foram decisivos para sua condenação.
Durante o julgamento, a promotoria revelou como Sérgio agia com comparsas em ações premeditadas e sistemáticas, que davam ao grupo o apelido de “Escritório do Crime”. A atuação da quadrilha foi desmantelada após intensa investigação conjunta das polícias Civil e Federal.
Apesar da gravidade dos crimes, após 23 anos em regime fechado, Sérgio obteve direito à progressão de pena, conforme estabelece a legislação penal brasileira. Agora, em regime semiaberto, ele poderá trabalhar fora da unidade prisional durante o dia e retornar à noite, sob vigilância judicial.
Repercussão
A transferência de Sérgio Rolim já começa a gerar repercussão negativa entre os familiares das vítimas e a população do Cariri, que relembra com dor o impacto causado pelos crimes.
Entidades de defesa dos direitos das mulheres e parlamentares cearenses também questionaram a progressão de regime e cobram maior rigor nas revisões de penas para casos de feminicídio e estupro.
A Secretaria da Administração Penitenciária do Ceará ainda não divulgou oficialmente a unidade onde Rolim cumprirá o novo regime na capital. Fontes indicam que ele deve ser encaminhado para uma casa de albergado sob escolta reforçada.